28/02/2015

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Hotéis da Cracolândia em São Paulo: o retrato de um programa que não deu certo

Instituído na gestão Haddad há treze meses, o programa De Braços Abertos não conseguiu reduzir consumo de crack no centro de São Paulo.



Mais de um ano depois de ser lançado como o maior projeto da história da prefeitura de São Paulo para resolver o drama da região da Cracolândia, no Centro da cidade, o programa De Braços Abertos já consumiu 10 milhões de reais, mas a administração municipal tem dificuldade para mostrar seus resultados. O chamado "fluxo", nome dado à aglomeração de viciados que se apinham para comprar e vender drogas, voltou a crescer. A "favelinha" desmontada na rua Dino Bueno agora ocupa o cruzamento da Alameda Cleveland com a Rua Helvétia. E um exemplo claro de que o projeto não deu certo é a situação precária dos hotéis escolhidos pela gestão Fernando Haddad (PT) para abrigar os dependentes químicos.
Com problemas que vão desde alvarás irregulares à infestação de ratos, as estruturas antigas dos hotéis estão longe de ser consideradas “moradia digna”, conforme pontuou a prefeitura como uma de suas prioridades no programa. E elas ainda ficaram piores com os frequentes furtos de fios, canos, chuveiros, torneiras, fechaduras, cometido por alguns viciados, que trocam os objetos por drogas. A situação chamou a atenção do Ministério Público do Estado de São Paulo, que, por meio de uma vistoria feita pela área técnica do órgão, elencou uma série de irregularidades nas hospedagens: falta de banheiros, infiltrações, cômodos com pouca ventilação e iluminação, fiação exposta, sujeira e ausência de hidrantes e extintores de incêndio. Em suas conclusões gerais, o relatório informa que os “imóveis não dispõem de condições adequadas para oferecer hospedagem, sendo visíveis as condições de funcionamento que podem atestar a insalubridade e insegurança dos locais". O documento obtido pelo site de VEJA foi anexado ao inquérito que apura a situação dos hotéis desde julho de 2014.
Para o promotor de Habitação e Urbanismo responsável pela investigação, Mário Augusto Vicente Malaquias, a situação “mais grave” é o fato de os estabelecimentos não possuírem o AVCB, documento emitido pelo Corpo de Bombeiros para atestar a existência de um esquema de segurança contra incêndio. “Os espaços não são adequados. E se não são adequados não podem ser usados. Agora, eu reconheço que a não existência desse espaço vai trazer uma situação grave, porque os usuários serão colocados na rua. Mas não posso permitir que eles fiquem em lugares irregulares”, disse Malaquias. O promotor ainda afirmou que pedirá a atualização da vistoria, realizada em setembro do ano passado, e que, caso nenhuma providência seja tomada, recomendará à Justiça a interdição dos hotéis.
Ao longo da semana, a reportagem do site de VEJA visitou os sete hotéis conveniados, conversou com beneficiários do programa e com donos dos estabelecimentos. A constatação é que os problemas persistem. Detalhe: no início do programa, eram oito hotéis – um deles, o Hotel do Cícero, foi descredenciado em outubro do ano passado por estar em péssimas condições.
A preocupação com o perigo de ocorrer uma tragédia não é despropositada. Em dezembro do ano passado, um incêndio aconteceu no último andar do Hotel Seoul, credenciado no programa, conforme mostra um vídeo gravado por um dos moradores da região. Como há uma base do Corpo de Bombeiros em frente ao estabelecimento, o fogo foi combatido e ninguém ficou ferido. Procurados, os Bombeiros que atenderam a ocorrência afirmaram que não foi possível determinar a causa exata do incêndio. Porém, segundo eles, a maior probabilidade é que tenha sido provocado por um cachimbo de crack aceso em cima de um colchão.
O consumo de drogas dentro dos hotéis não é a principal dor de cabeça dos donos dos estabelecimentos. Segundo Manoel de Costa Souza, administrador do Hotel Seoul, da Pensão Azul e do Hotel do Cícero, usuários de crack roubam o que veem pela frente. “Eles pegam de tudo: cano, fio, fechadura, torneira. Alguns parecem ratos, arranham as paredes, arrancam as coisas. Se na rua eles pegam tudo, imagine lá dentro”, disse.
A proprietária do Hotel Kelly, que quis se identificar apenas como Sheila, confirmou a ocorrência de roubos em seu estabelecimento. A dona do Hotel Laid, Alaíde dos Santos, afirmou que “quem roubou já foi dispensado”.
Os próprios beneficiários do programa relatam problemas com furtos constantes. “Não dá para bobear. Deixar roupa no varal, nem pensar”, afirma Sueli Costa do Nascimento, de 54 anos. Ela é uma das vinte pessoas selecionadas por bom comportamento para fazer trabalhos de jardinagem. Sueli relata que já usou crack, mas não gostou. “O meu vício mesmo é o álcool e o cigarro”, diz. Com o dinheiro que recebe dos programas Braços Abertos e Renda Cidadã – este do governo do Estado –, ela comprou a fechadura e a lâmpada do quarto apertado onde foi alocada, no hotel na Rua Barão de Piracicaba. “Como não tinha nada, eu tive que dar um jeito. Precisava trancar a porta por segurança”. Também adquiriu por conta própria o papel higiênico e o sabonete, que estão sempre em falta no lugar, além de uma lata de inseticida e um saco de naftalina para espantar ratos e baratas. “Às vezes aparece uns ‘calungão’. Até trago umas arrudas lá da jardinagem para espantar esses bichos”, disse. As paredes do seu quarto tinham enormes manchas de mofo e infiltração. Não havia nenhuma janela ou saída de ar e um grande buraco na parede havia sido tampado com uma placa de metal.
“Tem que ficar esperto porque aqui só tem viciado e alguns deles têm maldade no coração”, diz o beneficiário Adriano dos Santos, de 30 anos, alojado no Hotel Lucas, referindo-se à incidência de roubos dentro dos quartos. Há quatro meses no programa, ele disse que tem conseguido diminuir o consumo de crack, mas não esconde que usa parte do salário recebido da prefeitura para alimentar o vício. “Eu estou fumando menos, mas ainda pego o dinheiro para fumar. Não tem como. É muito complicado para nós, viciados”, admitiu Santos, com os olhos baixos.
A prefeitura de São Paulo informou, com base em números da Polícia Militar, que a incidência de furtos a pessoas caiu 33% no ano passado e que houve 319 prisões em 2014. O presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Santa Cecília, Fábio Fortes, contestou esse número, dizendo que os moradores da região "têm medo de relatar os casos porque os suspeitos voltam às ruas".
Teto – Apesar dos problemas visíveis, muitos beneficiários não se queixam da situação: entre morar na rua ou ter um teto, obviamente preferem a segunda opção. "A ausência desse tipo de reclamação pelos beneficiários não deve ser considerada como algo positivo, visto que se justifica pelo fato de os beneficiários viverem anteriormente em situação de rua e vulnerabilidade, com vínculos familiares rompidos ou fragilizados, excluídos da sociedade, sem acesso a bens e serviços públicos. Portanto, sem referência de moradia com o mínimo de dignidade", concluiu o Ministério Público no inquérito.
A prefeitura de São Paulo informou em nota enviada que "está ciente dos problemas nos hotéis conveniados e repactuou os contratos". Segundo a administração municipal, a responsável pelo gerenciamento dos hotéria é a ONG Adesaf, contratada em setembro do ano passado por chamamento público – o contrato de 9,7 milhões de reais tem validade de um ano. A prefeitura também queixou-se do Hotel Pensão Azul que, afirmou, registra "situação precária" – devido às fortes chuvas desta semana, foram detectados alagamento, sujeira e condições insalubres. 
A Adesaf é a segunda associação escolhida para tocar o programa. A primeira, a ONG União Social Brasil Gigante, contratada sem licitação por 5 milhões de reais, desentendeu-se com donos dos hoteis e foi afastada.
Neste ano, uma das primeiras medidas tomadas pela prefeitura foi elevar o preço pago pela hospedagem – de 480 reais a 500 reais por beneficiário. O objetivo é arcar com eventuais despesas provenientes dos roubos dentro dos locais.  Além disso, os 453 dependentes cadastrados recebem 115 reais semanais por serviços prestados, como varrição de ruas e jardinagem. 
“Fluxo” – Para os moradores e comerciantes da região, o programa não alterou em nada a presença de viciados e traficantes na região. O vendedor Robério Aguiar, de 32 anos, que trabalha em uma loja de instalações próxima ao "fluxo", avaliou que o projeto só “enxugou gelo”. “A cada dia só aumenta o número de drogados. Não adiantou nada. Os clientes, quando aparecem, entram aqui com cara de que saíram de uma zona de guerra”, afirmou ele, dizendo que a loja sobrevive de encomendas feitas por telefone. “Se for depender de cliente de porta, vamos quebrar”. Segundo ele, o estabelecimento já foi alvo de pelo menos dez furtos nos cinco anos em que trabalha no local.
Morador da região desde 1980, Armando Pereira dos Santos, de 62 anos, também ressaltou que o "fluxo" voltou a crescer nos últimos meses. Acostumado ao movimento de viciados no bairro, disse ter apenas um receio: “Só peço a Deus que eles não voltem a ficar na minha porta. Eu quase me mudei daqui porque eles nos ameaçavam com faca”.  
O prefeito Fernando Haddad responsabilizou a Polícia Militar pelo aumento de viciados. "Cobram da União a fiscalização de 17 mil quilômetros de fronteiras contra a droga, mas as polícias locais não controlam um quarteirão da Luz", disse, em novembro. Nos dias em que a reportagem visitou a região, havia pelo menos três grupos da PM e três da Guarda Civil Metropolitana no local. A presença das autoridades, no entanto, não intimida os traficantes.

Um ano depois, nada mudou na Cracolândia. Para o prefeito Fernando Haddad, o programa Braços Abertos é um sucesso.


Reportagem de Eduardo Gonçalves
fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/hoteis-da-cracolandia-o-retrato-de-um-programa-que-nao-deu-certo
foto:http://www.rebomeg.com.br/p/crack.html

Por que WhatsApp está sob ameaça de bloqueio em diversos países?

Não é apenas no Brasil, onde um juiz do Piauí ordenou o bloqueio do aplicativo, que o WhatsApp corre o risco de sair do ar.
No Reino Unido, na Arábia Saudita, no Irã e em outros países, o aplicativo também sofreu ameaças de bloqueio e, em alguns deles, chegou a ser suspenso.
A discussão ocorre porque é mais difícil monitorar mensagens enviadas pelo aplicativo do que ligações telefônicas ou e-mails, por exemplo – o que, segundo alguns países, pode ameaçar tanto a segurança pública quanto a segurança nacional.
O bloqueio do WhatsApp, no entanto, é visto por muitos como uma ameaça à liberdade de expressão.
No Brasil, o juiz Luiz de Moura Correa determinou que o WhatsApp seja bloqueado para forçar a empresa a colaborar com a Justiça em uma investigação sobre pedofilia que corre sem segredo.
No Reino Unido, o primeiro-ministro David Cameron também critica a falta de colaboração da empresa em investigações – neste caso, sobre terrorismo.
Em um discurso em janeiro, o britânico disse que tentaria proibir serviços de mensagens encriptadas – como as do WhatsApp e do Snapshat – caso o conteúdo não pudesse ser acessado pelos serviços de inteligência britânicos.
A declaração foi feita após os ataques a revista satírica Charlie Hebdo, em Paris, que aumentaram o temor sobre ameaças terroristas. Já existe uma pressão para que empresas como Google e Facebook forneçam mais informações sobre as atividades dos seus usuários, já que há uma forte ação de recrutamento de grupos radicais pela internet.
"Vamos permitir meios de comunicação que são impossíveis de ler? Minha resposta é: não, não devemos fazer isso", disse Cameron.

Terrorismo

Ameaças de terrorismo ou à segurança nacional também serviram de justificativa para o bloqueio do serviço em outros países.
Muitos desses governos, no entanto, foram criticados por restringir a liberdade de expressão.
Na Arábia Saudita, de acordo com agências de notícias, houve uma ameaça de retirar o Whatsapp do ar em 2013 porque o serviço não estaria se adequando às regras de Comissão de Comunicações e Tecnologia da Informação. Na época, o país chegou a tirar do ar o Viber, aplicativo de mensagens e chamadas de voz pela internet, pelo mesmo motivo.
Em Bangladesh, o serviço foi bloqueado em janeiro, também de acordo com agências. O governo afirmou que havia ameaças de terrorismo e que era difícil monitorar comunicações pelo aplicativo.
"Terroristas e elementos criminosos estão usandos essas redes para se comunicar", disse uma autoridade do Paquistão para justificar a suspensão do aplicativo em uma província, segundo a mídia local.
No ano passado, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, considerado moderado, precisou se empenhar pessoalmente para liberar o aplicativo.
A linha dura iraniana pediu a censura, segundo a emissora de TV americana Fox News, devido à compra do app pelo Facebook – cujo dono, Mark Zuckerberg, seria uma "americano sionista", segundo o comitê do país responsável pela internet.
Na Síria, que passa por uma guerra há mais de três anos, o aplicativo – usado para marcar protestos durante a Primavera Árabe – foi suspenso em 2012.
"Um golpe na liberdade de expressão e nas comunicações em todo lugar. Um dia triste para a liberdade", publicou o WhatsApp em seu Twitter à época.



foto:http://sobreisso.com/2015/02/27/whatsapp-vai-sair-do-ar-desembargador-anula-decisao/

Conheça a Geração Z: nativos digitais que impõem desafios às empresas

Eles não conheceram o mundo sem internet, não diferenciam a vida online da off-line e querem tudo para agora. São críticos, dinâmicos, exigentes, sabem o que querem, autoditadas, não gostam das hierarquias nem de horários poucos flexíveis. São os jovens daGeração Z, que nasceram depois de 1995, e que agora começam a entrar no mercado de trabalho bastante confiantes. A chegada dessa nova geração ao meio organizacional já causa certos impactos por conta das características peculiares desse jovens e vai exigir que empresas se adaptem e apliquem novas práticas para atrair e reter esses profissionais.
"Eles enxergam o mundo diferente. Sua relação com o tempo é outra, é online, a maneira como lidam com hierarquias e a autoridade, enfim, tudo é diferente para a geração deste milênio e as organizações devem se inspirar nela", afirma o doutor em comunicação Dado Schneider. Ele estuda o comportamento dessa nova geração há anos e acredita que ela será revolucionária.
Hoje, na opinião do especialista, os jovens não se submetem à condições de trabalho que não os satisfaçam. "Mas não os considero arrogantes, eles apenas sabem o que querem. Diferentemente da Geração X(nascidos entre o fim de 1960 e 1980), que aceita as normas de trabalho, e da Geração Y (nascidos entre 1980 e 1995), que finge que aceita, eles são questionadores e possuem bons argumentos. A verdade é que eles são bastante maduros, assertivos e vão ser os chefes da geração Y em poucos anos", prevê.
A estudante Mariana Orteblad, de 17 anos, é uma típica nativa digital. Usa o celular o dia inteiro e,  quando qualquer dúvida surge, não pensa duas vezes, consulta logo o Google. Smartphone, tablet e redes sociais fazem parte da vida dela para se relacionar com os amigos, assistir a filmes e estudar. Segundo a jovem, apenas dessa maneira consegue acompanhar a velocidade e a abundância de informações. Nas aulas do cursinho, a estudante ainda escreve algumas anotações a lápis, mas confessa que é muito mais rápida digitando na tela do smartphone. Mariana vai prestar vestibular para administração a pedidos dos pais, que são de uma geração em que fazer carreira em uma mesma empresa era sinônimo de segurança financeira e sucesso.
"Eu até tenho vontade de trabalhar em uma multinacional, quem sabe na área de marketing, mas não para sempre. Meu sonho mesmo é ser atriz de TV. Resolvi fazer duas faculdades, uma de teatro e outra de administração, caso esse desejo de ser atriz não dê certo. O importante mesmo é ter prazer no que vou fazer. Acho muito mais importante do que o dinheiro que vou ganhar", afirma.
Pesquisas mostram, que assim como Mariana, os nativos digitais são menos motivados por dinheiro que aGeração Y e têm mais ambições empreendedoras. A pró-atividade com relação aos meios digitais também levam muitos a desejarem ter sua própria start-up. "Eles não nasceram para serem empregados e sim para empreender e empregar. O trabalho para eles precisa ser uma extensão da casa. Essa geração vai nos ensinar a ter prazer com o trabalho", explica Scneider.
A estudante Alessandra Agrumi, de 18 anos, é prova disso. Há um ano, o que começou como uma brincadeira para ela acabou se transformando em um site, que já possui parcerias com algumas empresas e que ela pretende transformar em um negócio com patrocinadores. A página aborda temas de moda e estilo de vida para o público adolescente. Apaixonada por tecnologias, Alessandra conta que "seu primeiro bom dia e seu último boa noite é para o celular", onde pode atualizar rapidamente as informações do seu blog no Facebook e no Instagram. Ela também possui um canal no YouTube em que produz vídeos sobre o mundo da moda. "Quando me formar em administração, quero ter uma empresa relacionada ao mercado de roupa de luxo e todas essas redes que venho mantendo serão uma maneira de promover o meu negócio."
Além da veia empreendedora, não é novidade que o costume de se dedicar quase toda a carreira a uma só empresa veio mudando ao longo das últimas gerações. Porém, foi com a Geração Z que essa tendência se consolidou. "Até mesmo as empresas já estão aceitando melhor os currículos dos profissionais que ficam menos tempo em um lugar, com passagens rápidas por elas. Isso antigamente não era bem visto pelas consultorias que contratam", explica Diogo Forghieri, gerente regional da Randstad Professionals, especializada em recrutamento e seleção de profissionais.
Diferentemente da Geração Y, os nativos digitais não têm em mente o conceito "work hard, play hard". O jargão sempre foi usado pelos jovens que se esforçavam muito no trabalho para ganhar bem e ter tudo que desejavam. De acordo com a coach Marie-Josette Brauer, os Y gastam com audácia e poucos limites enquanto que grande parte dos Z prefere economizar. "A geração anterior cresceu em um momento de economia forte e a atual cresceu com o terrorismo, complexidade e volatilidade", explica.

Flexibilidade no trabalho

Os nascidos neste milênio não querem abrir mão do seu tempo livre. Não consideram que trabalhar muito e ficar no escritório horas depois do fim do expediente seja gratificante. Além disso, eles preferem trabalhar de casa. Oito em cada dez brasileiros da Geração Z exigem condições de trabalho mais flexíveis que as gerações anteriores, aponta uma pesquisa da Randstad.
A estudante de Artes Visuais Yasmim Coolwijk, de 20 anos, atribui sua recente demissão à pouca flexibilidade da então chefe. A jovem trabalhava em uma loja de roupas, mas foi demitida na semana passada após  meses de contrato. O motivo? Faltou um dia de trabalho. "Tive uma festa de formatura de um amigo e no outro dia estava muito cansada e com ressaca. Falei com a minha ex-chefe que não seria nem um pouco produtivo que eu fosse trabalhar. Dez dias depois, ela me demitiu explicando que esse comportamento não era aceitável. Ela era muito rígida, nesse caso foi uma festa, mas ela já não admitia nem 5 minutos de atraso, mesmo se eu explicasse que estava voltando da faculdade. Ela se esqueceu quantas vezes eu fiz horas extras no Natal?", explica.

Reportagem de Heloísa Mendonça
fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/02/20/politica/1424439314_489517.html

foto:http://www.projetointegrado.com.br/site/geracao-z-totalmente-integrada-e-conectada/

Grã-Bretanha autoriza reprodução assistida com 'três pais'

Câmara dos Lordes aprovou na  última terça-feira a reprodução assistida com genes de três pessoas. No começo do mês a medida já havia sido aprovada pela Câmara dos Comuns, e agora o Estado se torna o primeiro a legalizar a técnica. A denominada doação mitocondrial tem como objetivo evitar a transmissão de doenças genéticas.
O tratamento é conhecido como fertilização in vitro com "três progenitores" porque os bebês, nascidos a partir de embriões geneticamente modificados, carregariam o DNA de uma terceira doadora, além dos da mãe e do pai.
A técnica mistura o DNA mitocondrial de uma doadora saudável com o núcleo do óvulo da mãe, que contém o DNA comum e é responsável por nossas características físicas e a maior parte das condições de saúde. Com isso, espera-se evitar doenças como problemas cardíacos, insuficiência hepática, distúrbios cerebrais, cegueira e distrofia muscular hereditária.
Mayana Zatz, geneticista da Universidade de São Paulo, explica que o DNA da mitocôndria corresponde a apenas 0,02% dos genes de uma pessoa, enquanto os demais 99,8% são o DNA que está no núcleo das nossas células. Por isso, não é correto dizer que a criança terá duas mães. "O DNA está quase todo no núcleo. É o mesmo que dizer isso de uma pessoa que passou por um transplante, por exemplo", afirma Mayana.


foto:http://nossojornalbm.com.br/reproducao-assistida-cada-vez-mais-segura-e-confiavel/

27/02/2015

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Filme da semana

Paradise now




Amigos de infância, os palestinos Khaled e Said têm empregos medíocres e, por isso, são voluntários para realizar um atentado suicida em Tel Aviv. Parte da missão é passa a última noite com suas família, que não devem saber o que vai acontecer. Nessas últimas horas, Khaled debate-se em dúvidas sobre a legitimidade da ação. Já Said, não hesita em seguir o caminho escolhido, mas teme o fato que, no atentado, vítimas inocentes morrerão. 

Depois da última e tensa noite de suas vidas, eles são levados à fronteira com bombas presas ao corpo. A operação não ocorre como o planejado e eles acabam se separando. Distantes um do outro, eles enfrentam o fato de carregar as bombas e refletem sobre seus destinos e suas convicções. 

Paradise Now ganhou o Globo de Ouro em 2006 por Melhor Filme Estrangeiro. O filme também foi o ganhador de três prêmios no Festival de Berlim de 2005. As últimas 48 horas dos homens-bomba foram filmadas em Nablus, Cisjordânia, um dos centros de militância palestina. As filmagens eram regularmente interrompidas por tiroteios entre palestinos e israelenses. Um membro da equipe foi seqüestrado depois que surgiram boatos de que o longa era contra os ataques suicidas.



fonte:http://www.guiadasemana.com.br/cinema/filmes/sinopse/paradise-now

Aposentado produz energia solar para uso próprio e devolve excedente para concessionária no RS


Enquanto no Brasil a crise hídrica chama a atenção para o futuro do abastecimento energético pelas hidrelétricas, a ONU celebra em 2015 o Ano Internacional da Luz. O foco é reconhecer a importância das tecnologias associadas à luminosidade, como é o caso da geração de energia solar fotovoltaica.
Se em países como a Alemanha, referência em energia solar, o uso deste tipo de tecnologia representa 20% da fonte de energia do país, no Brasil essa solução ainda está engatinhando. Em dezembro do ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contratou diversos novos projetos para a geração de energia solar, mas até então muito se dependia do empreendedorismo individual de quem queria fazer a diferença.
É o caso de Getulio Hoffmann de Oliveira, metalúrgico aposentado, morador de Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. Em 2013 ele instalou um conjunto de placas de energia solar e um alternador em sua casa, tornando-se o primeiro gaúcho a devolver o excedente de energia para a concessionária local, a AES Sul. Hoje já são 30 placas em sua propriedade, que produzem 900 kw por mês e abastecem um terreno onde fica a sua casa e outras duas onde moram seus filhos e netos.
Getulio afirma que em sua conta de luz paga apenas as taxas de administração local, mas reclama da falta de incentivo do Estado. Atualmente, o governo do Rio Grande do Sul cobra 25% de ICMS de toda a energia produzida e consumida no local. Estados como Tocantins já isentam esta cobrança, mas impostos sob a importação das placas solares continuam sendo empecilho para quem busca tal empreendimento.
Em meio a comunidades do interior que ainda hoje não estão ligadas à rede de energia, Getulio defende que apenas a informação vai ser capaz de sensibilizar as pessoas para as vantagens individuais e ambientais da geração de energia. Confira a entrevista a seguir.

O que o levou a buscar a geração de sua própria energia? Você já trabalhava com atividades relacionadas à eletricidade?
Eu sempre tive vontade de produzir energia elétrica para que o nosso ambiente ficasse agradecido. O primeiro passo foi pensando no meio ambiente, mesmo. Eu sou metalúrgico aposentado, mas na comunidade de Pixirica em Morrinhos do Sul (180 km de Porto Alegre), onde eu morava, a maioria das casas quem fez a ligação elétrica fui eu. Já na comunidade em que eu nasci, em Rio do Pinto – hoje o município de Itati, a 123 km da capital – até hoje não se tem energia elétrica.

E acredita que foi a falta de luz em Rio do Pinto que te incentivou a pensar em alternativas para a eletricidade?
Com certeza. Porque quando eu comecei a ficar com 12, 13 anos de idade, eu pensava no meu pai. Ele tinha colocado um moinho de moer milho que funcionava dia e noite na comunidade. Seria muito fácil colocar um dínamo ou um alternador nesse moinho, mas as pessoas não tinham informação para isso. Não tinha alguém para ir a esta pequena comunidade e explicar o que poderia ser feito para, já na época, disponibilizar eletricidade para as casas. O lugar já poderia estar mais avançado, mas ainda não há luz elétrica para as famílias.

Pensando na disseminação da informação, você costuma compartilhar com as pessoas o que é preciso para instalar seus próprios painéis solares?
Muita gente me ligou e todos os dias, praticamente, alguém me aborda para conversar sobre isso. Quem tem muito interesse, mesmo, são os donos de supermercado, que gastam muita energia elétrica. São eles os mais interessados em fazer esse tipo de instalação hoje.


Reportagem de Andriolli Costa | Instituto Humanitas Unisinos | São Leopoldo
fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/samuel/39557/aposentado+produz+energia+solar+para+uso+proprio+e+devolve+excedente+para+concessionaria+no+rs.shtml

foto:http://diarioti.com/ibm-anuncia-sistema-de-pronostico-de-energia-solar-y-eolica/68294

Quanto pode custar ao Brasil a tensão com a Indonésia?

As discussões sobre a possível execução de um segundo brasileiro na Indonésia criaram um impasse diplomático entre Brasília e Jacarta que pode ter repercussões econômicas para a relação bilateral. Entre as consequências estaria uma possível reavaliação, por parte do governo indonésio, da compra de 16 aviões de combate EMB-314 Super Tucano, da Embraer, segundo o jornal Jakarta Post.
Mas o que mais está em jogo nas relações entre os dois países?
De acordo com dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o comércio bilateral chegou a pouco mais de US$ 4 bilhões em 2014 (US$ 2,2 bilhões em exportações e US$ 1,8 bilhão em importações).
O valor é mais que o quíntuplo dos US$ 750 milhões de dez anos antes mas, apesar do avanço, representa menos de 1% de todo o fluxo comercial do Brasil - a soma de importações e exportações -, que chegou a US$ 454,1 bilhões em 2014.
A pauta entre os dois países é dominada por produtos básicos. Os principais produtos exportados pelo Brasil são açúcares de cana, milho em grão, bagaços e outros resíduos sólidos. Entre as importações, estão óleos de dendê, caixas de marchas, fio de fibras artificiais e borracha.

Rusga diplomática

A tensão colocou as relações bilaterais em banho-maria. A Indonésia planeja executar 11 condenados, inclusive o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, preso em julho de 2004 após tentar entrar na Indonésia com 6kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe.
Gularte está na lista de prisioneiros a serem executados em breve. As execuções previstas para fevereiro foram adiadas e nenhuma nova data foi anunciada.
A presidente Dilma Rousseff recusou temporariamente na semana passada as credenciais do novo embaixador indonésio no país, Toto Riyanto, dizendo que a entrega dos papéis diplomáticos será adiada até que tenha "clareza sobre as relações com a Indonésia".
Em resposta, a Indonésia convocou de volta seu representante no Brasil. O governo brasileiro já havia convocado seu embaixador na Indonésia após a execução do carioca Marco Archer Cardoso Moreira, em janeiro.
A família tenta que Gularte seja transferido para um hospital psiquiátrico após um diagnóstico de esquizofrenia.
Cidadãos de França e Austrália estão entre os condenados a serem mortos - e governos destes países também têm pressionado a Indonésia para que cancele as execuções, que são por fuzilamento.
No campo diplomático, tanto Brasil quanto Indonésia integram a Organização Mundial de Comércio (OMC), o Fórum de Cooperação Leste da Ásia-América Latina e o G20 das maiores economias.


fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150226_brasilindonesia_relacoes_hb#orb-banner

foto:http://www.ayogitabisa.com/berita-gita/indonesia-dan-brasil-desak-negara-maju-hapus-subsidi-ekspor.html

Coreia do Sul: tribunal derruba lei e 'libera' o adultério

O mais alto tribunal da Coreia do Sul derrubou uma antiga lei que previa até dois anos de prisão para quem cometesse adultério. Sete dos nove membros do Tribunal Constitucional votaram contra a legislação de 1953, considerando que o texto reprimia as liberdades pessoais. "Mesmo que o adulterio deva ser condenado como imoral, o poder do Estado não deve intervir sobre a vida privada dos indivíduos", afirmou o juiz Park Han-Chul, em declaração reproduzida pelo jornal britânico The Guardian.
A decisão judicial teve um resultado inusitado: uma disparada no preço das ações da maior fabricante de camisinhas do país, a Unidus, que subiram 15% na bolsa Kosdaq. A empresa produz aproximadamente 50 milhões de preservativos por ano, também para mercados fora do país.
"A lei é inconstitucional, pois viola o direito das pessoas de tomar suas próprias decisões sobre sexo, sigilo e liberdade em sua vida privada", disse o juiz Seo Ki-seok ao ler o parecer. Um dissidente, o juiz Ahn Chang-ho, disse que a decisão "desencadearia uma onda de devassidão".
Nos últimos seis anos, mais de 5.400 pessoas foram formalmente acusadas de adultério na Coreia do Sul - só em 2014 foram 900 acusações. Os casos que resultavam em prisão, no entanto, eram cada vez mais raros. Em 2004, 216 pessoas foram presas com base na antiga lei, número que caiu para 42 em 2008. Desde então, 22 pessoas foram parar atrás das grades por manterem relações extraconjugais, segundo dados da promotoria pública.
A Coreia do Sul era um dos poucos países não muçulmanos a criminalizar a infidelidade. Em 2008, última das quatro vezes em que a lei foi revisada antes de sua suspensão, o tribunal decidiu mantê-la, alegando que relações fora do casamento prejudicavam a ordem social.
A partir de agora, as acusações poderão ser desconsideradas e cidadãos que foram condenados poderão ser julgados novamente. A lei foi pensada originalmente para proteger os direitos das mulheres em um tempo em que elas tinham poucos respaldos legais no casamento. A maioria dependia economicamente dos maridos e o divórcio carregava um enorme estigma social.
"Mas isso perdeu a relevância há muito tempo", disse Kim Jung-Beom, um advogado especialista em direito de família. Ele afirma que o número de acusações envolvendo mulheres aumentou e a lei, em alguns casos, passou a ser usada para "apontar e constranger mulheres". O advogado acrescentou ainda que outras leis agora cumprem o objetivo de garantir mais segurança legal às mulheres no casamento e uma divisão justa de bens no caso de divórcio.
 
foto:http://zap.aeiou.pt/coreia-sul-revoga-lei-que-punia-adulterio-60123

26/02/2015

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Câmara aprova pacote de benefícios para deputados


A Câmara aprovou na última terça-feira um pacote de benefícios para os deputados, com um impacto anual de R$ 146,4 milhões para os cofres da Casa. Entre os "agrados", estão os reajustes de verbas para a contratação de servidores, para gastos com a atividade parlamentar, além do auxílio-moradia pago aos deputados que não utilizam apartamentos funcionais, e passagens aéreas para os cônjuges, desde que utilizadas em viagens do Estado de origem a Brasília.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que as medidas não vão gerar mais despesas, uma vez que serão cortadas verbas de custeio e investimento para cobrir a atualização dos valores. O novo pacote de "bondades" entra em vigor a partir de abril.
A verba que os deputados têm para contratação de assessores passa de R$ 78 mil para R$ 92 mil, um reajuste de 18%. Já para gastos com passagens, telefone, transporte, consultoria, divulgação de atividade parlamentar, Correios e outros, o reajuste foi de 8%.
O auxílio-moradia, pago a parlamentares que não utilizam apartamentos funcionais, foi reajustado de R$ 3,8 mil para R$ 4,2 mil.
A Mesa da Câmara aprovou, ainda, a criação das secretarias de Comunicação e de Relações Institucionais, que serão ocupadas por deputados. Uma será encarregada da comunicação social da Casa e a outra cuidará da relação da Câmara com outros parlamentos. Cunha informou que a estrutura existente na Casa na área de comunicação ficará subordinada à Secretaria de Comunicação.
“Ninguém está tirando funcionário concursado de nada. A mudança é que a TV terá de cumprir a atividade parlamentar. Ela não tem de competir com TV aberta, ter programa de chorinho. Ela tem de cumprir a atividade parlamentar”, disse o presidente da Câmara. Cunha acrescentou que não haverá criação de novos cargos para atender às duas secretarias.

fonte:http://www.jb.com.br/pais/noticias/2015/02/25/camara-aprova-pacote-de-beneficios-para-deputados/
foto:http://acertodecontas.blog.br/politica/em-ato-secreto-assembleia-est-distribuindo-milhes-a-ex-deputados-em-auxlio-moradia-retroativo/

Justiça espanhola decide que consulta sobre independência da Catalunha foi 'inconstitucional'

Em 9 de novembro de 2014, consulta pela soberania da região separatista teve apoio de mais de 80% dos cidadãos.


O Tribunal Constitucional da Espanha decidiu ontem (25/02), por unanimidade, classificar como "inconstitucional" a consulta de independência realizada no ano passado pela Catalunha. Para os magistrados de Madri, também foi inconstitucional o decreto para convocar a votação, utilizado pelo líder do movimento separatista e presidente da Generalitat, Artur Mas.

Em novembro de 2014, foi realizada uma consulta pela soberania da Catalunha que teve respaldo de mais de 80% dos cidadãos. De acordo com o governo catalã,o mais de dois milhões de eleitores participaram do referendo, que foi hoje considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol.
As pessoas que participaram do processo — conhecido como "9N", por ter sido realizado no dia 9 de novembro — responderam a uma dupla pergunta: "Quer que a Catalunha seja um Estado?" e, em caso afirmativo, "Quer que seja um Estado independente?". O número de pessoas contra a região se transformar em um Estado foi de 101.601 e representam 4,54% dos participantes, segundo dados do Executivo local.


À época, o governo espanhol já havia dado declarações de que não daria validade aos dados fornecidos pelo Executivo catalão, ao considerar que o processo não contou com mecanismos de controle.
Além disso, a Justiça espanhola tinha suspendido a votação e declarada ilegal a convocação do governo catalão, pois a consulta foi considerada um plebiscito de autodeterminação, algo proibido pela legislação vigente.
Em setembro passado, aproximadamente 1,8 milhão de pessoas participou de uma manifestação histórica a favor da independência da Catalunha e pela comemoração da Diada, ou dia da Catalunha. A região conta com 7, 5 milhões de habitantes, que detêm 20% da riqueza do país.



fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/39616/justica+espanhola+decide+que+consulta+sobre+independencia+da+catalunha+foi+inconstitucional+.shtml
foto:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/71990-crise-reanima-separatismo.shtml

Por que os anos 70 estão de novo na moda?

Exótica, fluida, boêmia, "gypset" – essas são as palavras que devem dominar o mundo da moda neste ano. O look hippie-chic dos anos 70 já está à nossa volta e roubou a cena na apresentação das coleções Primavera/Verão 2015 nos principais desfiles do mundo.

Das túnicas florais da grife Céline e calças boca-de-sino de veludo cotelê da Louis Vuitton às maxi-saias e turbantes da Saint Laurent, os anos 70 estão indubitavelmente de volta. A estilista britânica Bella Freud até batizou um novo perfume com o nome de 1970, cujos tons predominantes são o almíscar e patchuli.
O look "gypset" dos anos 70 – combinação dos termos "gypsy" ("cigano") e "jet set" (que remete à sofisticação) – é global, glamouroso, luxuoso, hedonista e extravagante. Ele evoca imagens como almofadas no chão e incenso, artistas plásticos, estrelas do rock e suas fãs.
Enquanto isso, em Londres, uma nova exposição no Museu de Moda e Têxtil celebra justamente a moda boêmia daquela década e a obra da estilista Thea Porter. Falecida em 2000, suas roupas hoje só podem ser usadas por um grupo restrito de colecionadoras – entre as mais famosas estão Julia Roberts e Kate Moss (que usou um vestido cigano de Porter em uma festa pré-nupcial).
Mas o que fez aquela década ser tão influente na moda?

Dos Beatles a Elizabeth Taylor

"No fim dos anos 60, as pessoas queriam mudança", explica Dennis Nothdruft, curador-chefe do museu londrino, à BBC Culture. "A moda se tornou mais leve, mais romântica, menos agressiva, mais fluida. O movimento absorveu influências de outras culturas, principalmente as do Oriente Médio e norte da África, e de uma certa nostalgia pelos anos 30 e pela era vitoriana. E a moda também passou a sintonizar mais o que ocorria no mundo da música".
Porter, que o curador diz ser da vanguarda daquele momento, passou a maior parte de sua infância entre Jerusalém e Damasco e foi muito influenciada pela estética do Oriente Médio. Ao se mudar para Londres para carreira como pintora, ela acabou se tornando designer de interiores e logo passou criar roupas.
Os Beatles, Jimi Hendrix e os integrantes do Pink Floyd eram frequentadores da loja que ela abriu e sempre vestiam suas criações – camisas de chiffon, casacos brocados e calças boca-de-sino de veludo.
Elizabeth Taylor era fã dos volumosos caftans desenhados por Porter. E peças como saias e vestidos de inspiração cigana logo se tornaram populares. Criados meticulosamente em chiffons finos e com tecidos tramados e bordados à mão, eram obras-primas do design.
Pouco depois, a estilista expandia os negócios para Paris e Los Angeles. Na capital do cinema, ela conquistou a clientela "hippie-rica" que vivia a onda da contracultura. Joan Collins, Barbra Streisand e Faye Dunaway compraram várias de suas peças. Streisand até encomendou uma série de looks, cada um para combinar com um ambiente de sua mansão.
"Thea Porter foi o expoente máximo do estilo boêmio dos anos 70", define Nothdruft. "Ela tinha um jeito diferente de ver a vida".

'Honesto e humano'

Mas por que o hippie-chic volta à tona justamente agora? Para o especialista britânico, trata-se do "pêndulo da moda". "Nos últimos anos fizemos uma abordagem da moda muito rígida, moderna, utilitária, com muita estamparia digital. E o look boêmio dos anos 70 é exatamente o oposto disso, representa uma maneira mais relaxada de se vestir", explica.
E será que o momento que vivemos também não permitiu essa volta? Sim, diz Nothdruft. "O estilo dos anos 70 parece mais verdadeiro, mais honesto, mais humano. Na atual era digital, as pessoas estão valorizando mais essas qualidades – e estão valorizando experiências e viagens. As grandes redes de confecções chegaram a um ponto de saturação – é por isso que o vintage está cada vez mais popular."
O início dos anos 70 foi uma época de idealismo, radicalismo, anticonsumismo, contestação social e mudanças, com ênfase no debate sobre a igualdade de raças e de gêneros. Mas o boehmenismo já estava entre nós muito antes disso: surgiu como uma filosofia que influenciou as artes no século 19, principalmente como uma rebelião não-conformista contra a ascensão da rigidez burguesa. Foi apenas no fim dos anos 60 e início dos 70 que isso se fundiu com a contracultura e com o movimento hippie.
É claro que a noção de uma moda hippie-chic é uma contradição em termos, um paradoxo tão absurdo quanto o vivido há 40 anos, segundo a escritora Laura McLaws Helms, que também atuou como curadora da exposição sobre Thea Porter e escreveu um livro sobre a estilista. "O look hippie começou como um modo de afirmação política – uma espécie de antimoda – mas logo se tornou a própria moda", argumenta.
Mesmo assim, ao que parece, os estilistas de hoje desejam se conectar ao clima autêntico e livre dos anos 70. A grife italiana Valentino convidou a veterana Celia Birtwell, um dos grandes nomes da moda daquela década, para colaborar com sua coleção pré-outono 2015.
A coleção foi composta por vestidos florais etéreos, com acabamentos em renda e enfeitados com os bordados românticos de Birtwell. Os modelos foram aplaudidíssimos, e um deles foi até usado pela poderosíssima Anna Wintour, diretora da revista Vogue.
"Quando se olha para o grande negócio que a moda virou hoje, percebemos que a década de 70 era uma época até inocente", define Birtwell, em entrevista à BBC Culture.
Junto com Ossie Clark, seu marido e parceiro de criação nos anos 70, Birtwell manteve uma das marcas mais badaladas do autêntico movimento hippie-chic, atraindo uma clientela estrelada. "Não pensávamos em dinheiro. Tínhamos mais liberdade", conclui ela.

Reportagem de Lindsay Baker
fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150216_vert_cul_moda_anos70_ml#orb-banner
foto:http://modaellas.com/moda-de-los-anos-70/

Áustria aprova reforma polêmica em lei que regulamenta o islamismo

O parlamento da Áustria aprovou nessa mudanças polêmicas em uma lei centenária que regulamenta o islamismo no país.
Um dos objetivos da reforma é coibir o islamismo radical. Por isso, ela veta, por exemplo, o financiamento estrangeiro de mesquitas ou de imãs (líderes religiosos). No entanto, a nova lei também amplia a segurança jurídica aos muçulmanos que vivem no país.
A aprovação das mudanças gerou protestos entre a comunidade muçulmana, que é numerosa no país - 7% da população, segundo dados de 2013.
Criada em 1912, a Lei do Islã tornava o islamismo uma religião oficial da Áustria e, na época, chegou a ser considerada um "modelo" para a Europa na forma de inclusão dos muçulmanos. Isso permitiu que eles ganhassem os mesmos direitos de católicos e judeus, tais como poder aprender sobre sua religião em escolas do Estado, por exemplo.
O Ministro da Integração da Áustria, Sebastian Kurz, defendeu as reformas, mas alguns líderes muçulmanos dizem que elas não os trata com igualdade diante das outras religiões.
Ainda assim, algumas mudanças foram consideradas positivas pelos seguidores do islamismo. De acordo com a reforma, muçulmanos poderão, por exemplo, faltar ao trabalho em feriados religiosos sem receber punição e têm liberdade de orientação espiritual quando forem servir o Exército.
Por outro lado, quem é contrário á mudança diz que a proibição de investimento estrangeiro é algo "exclusivo" para muçulmanos, já que católicos e judeus não têm de seguir as mesmas regras.
Eles dizem a nova lei reflete uma desconfiança generalizada em relação aos muçulmanos e alguns estão pensando em contestá-la no tribunal.

Controle externo

O ministro Kurz disse à BBC que as reformas foram um "marco" para a Áustria e têm como objetivo acabar com a influência política de certos países muçulmanos que usam os meios financeiros para isso.
"O que queremos é reduzir a influência política e controle externo. Queremos dar ao Islã a oportunidade de se desenvolver livremente dentro de nossa sociedade e de acordo com os nossos valores comuns europeus", disse.
Kurz também fez questão de reforçar que a reforma não foi uma reação aos recentes ataques perpetrados por extremistas islâmicos na França e na Dinamarca.
No entanto, a nova lei do país despertou reações diversas de muçulmanos pelo mundo, com o chefe de relações religiosas da Turquia, Mehmet Gormez, deixando clara sua insatisfação na última terça-feira.
"A Áustria vai regredir 100 anos em liberdade com essa reforma da lei do Islã", disse Gormez, segundo a agência de notícias estatal Anadolu.
Quase meio milhão de muçulmanos vivem na Áustria hoje em dia, cerca de 7% da população - muitos deles têm origem turca ou bósnia.

fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150224_austria_lei_isla_rm#orb-banner
foto:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150224_austria_lei_isla_rm