31/03/2016

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Advogados vão pedir saída de Temer com argumentos do impeachment de Dilma


Um grupo de advogados estuda um pedido de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB)- foto acima -, que usaria os mesmos argumentos do processo em curso contra a presidente Dilma (PT). De acordo com a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo, o texto deve ser idêntico ao apresentado pela OAB nesta semana contra Dilma.
Temer, presidente do PMDB, também foi citado na delação do senador Delcídio do Amaral (sem partido), e assinou os decretos que estão sendo apontados como "pedaladas" fiscais. O PMDB foi apontado em delações da Lava Jato como beneficiário de propinas do esquema da Petrobras.
O PMDB oficializou em reunião de três minutos na tarde desta terça-feira (29) o rompimento com o governo Dilma Rousseff, em votação simbólica por aclamação e não por contagem devotos. O senador Romero Jucá (RR), vice-presidente do partido, que comandou o anúncio, pediu aos presentes que se levantassem para aprovar a decisão, e atestou em seguida que a partir deste dia ninguém do partido está autorizado a ocupar qualquer cargo federal em nome do PMDB. Parlamentares entoaram "Brasil, pra frente, Temer presidente" e "Fora, PT".
O "a partir de hoje", contudo, também foi simbólico, e os ministros podem entregar os cargos até meados de abril, e o PMDB ainda pode considerar o pedido de outros para licença da legenda. A moção que determinou a entrega dos cargos e também uma punição a quem desobedecer tem autoria do diretório regional da Bahia, assinada por Geddel Vieira Lima.
Conforme o JB antecipou nesta segunda (28), o vice-presidente da República, Michel Temer, decidiu, em conjunto com Renan e com o senador Eunício Oliveira (CE) declarar a ruptura do PMDB com o governo por aclamação, e não por contagem de votos.

fonte:http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/03/30/advogados-vao-pedir-saida-de-temer-com-argumentos-do-impeachment-de-dilma/
foto:http://talesfaria.ig.com.br/index.php/tag/michel-temer/

Médico alerta para surto de gripe H1N1 e indica precauções


O Dr. Vinay Goyal, urgentista reconhecido mundialmente, diretor de um departamento de medicina nuclear, tiroídica e cardíaca, divulgou uma série de recomendações sobre um surto de gripo H1N1. Confira o comunicado na íntegra:
PREVENÇÃO CONTRA GRIPE H1N1
"As únicas vias de acesso para o vírus da gripe são as narinas, a boca e a garganta. Em relação a esta epidemia tão vastamente propagada, apesar de todas as precauções, é praticamente impossível não estar em contato com portadores do vírus que a promove. 
Contudo, alerto para o seguinte: o problema real não é tanto o contato com o vírus, mas a sua proliferação. Enquanto estamos em boa saúde e não apresentamos sintomas de infecção da gripe A (H1N1), há precauções a serem tomadas para evitar a proliferação do vírus, o agravamento dos sintomas e o desenvolvimento das infecções secundárias. Infelizmente, estas precauções, relativamente simples, não são divulgadas suficientemente na maior partedas comunicações oficiais. 
Porque será? Por ser barato demais e não haver lucros? 
Eis algumas precauções: 
1. Como mencionado na maior parte das publicidades, lave as mãos frequentemente. 
2. Evite, na medida do possível, tocar no rosto com as mãos. 
3. Duas vezes por dia, sobretudo quando esteve em contato com outras pessoas, ou quando chegar em casa, faça gargarejos com água morna contendo sal de cozinha. Decorrem normalmente 2 a 3 dias entre o momento em que a garganta e as narinas são infectadas e o aparecimento dos sintomas. Os gargarejos feitos regularmente podem prevenir a proliferação do vírus. De certa maneira, os gargarejos com água salgada têm o mesmo efeito, numa pessoa em estado saudável, que a vacina sobre uma pessoa infectada. Não devemos subestimar este método preventivo simples, barato e eficaz. Os vírus não suportam a água morna contendo sais. 
4. Ao menos uma vez por dia, à noite, por exemplo, limpe as narinas com a água morna e sal. Assoe o nariz com vigor, e, em seguida, com um cotonete para ouvidos (ou um pouco de algodão) mergulhado numa solução de água morna com sal, passe nas duas narinas. Este é um outro método eficaz para diminuir a propagação do vírus. O uso de potes nasais para limpeza das narinas, contendo água morna e sal de cozinha, é um excelente método para retirar as impurezas que albergam os vírus e bactérias; trata-se de um costume milenar, da Índia. 
5. Reforce o seu sistema imunitário comendo alimentos ricos em vitamina C. Se a vitamina C for tomada sob a forma de pastilhas ou comprimidos, assegure-se de que contém Zinco, a fim de acelerar a absorção da vit. C. 
6. Beba tanto quanto possível bebidas quentes (chás, café, infusões etc.). As bebidas quentes limpam os vírus que podem se encontrar depositados na garganta e em seguida depositam-nos no estômago onde não podem sobreviver, devido o pH local ser ácido, o que evita a sua proliferação." 

fonte:http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2016/03/29/medico-alerta-para-surto-de-gripe-h1n1-e-indica-precaucoes/
foto:http://hypescience.com/sintomas-da-gripe-h1n1-gripe-suina/

Como o Google ganha dinheiro?

Em fevereiro de 2016, o Google ultrapassou, por um breve período, a Apple e se transformou na companhia mais valiosa do mundo alcançando um valor de mercado de mais de US$ 500 bilhões.
Este número não surpreende já que a gigante do setor de tecnologia registrou lucros de US$ 75 bilhões apenas em 2015. Isto é cerca de US$ 2,4 mil por segundo.
No entanto seu serviço principal, o de buscas, é grátis.
Com isso surge a pergunta: como o Google ganhou todo este dinheiro?
De acordo com o relatório Anual de 2015 da empresa, dos US$ 75 bilhões em lucros registrados em 2015, US$ 23 bilhões foram de lucros operacionais.
A gigante da tecnologia ganhou US$ 67,4 bilhões em 2015 apenas em lucros com propaganda. Destes US$ 67,4 bilhões, US$ 52,4 bilhões foram com anúncios nos websites do Google e US$ 15 bilhões foram graças a anúncios servidos pelo Google em outros websites.
Outros US$ 7,2 bilhões vieram de outras fontes.
A maior parte do dinheiro veio dos Estados Unidos, US$ 34,8 bilhões. Do resto do mundo vieram US$ 33,1 bilhões para os cofres do Google e US$ 7,1 bilhões vieram apenas da Grã-Bretanha.

Busca por lucros

Desde seu lançamento em 1998, o Google cresceu muito em termos de lucros e também no número de produtos que oferece.
Em 2004, o Google lançou o Gmail, seu serviço de email.
No ano seguinte, em 2005, a gigante de tecnologia transformou o mapeamento digital em algo próximo de todos com o Google Maps.
Em 2006, o império se expandiu com a compra do YouTube por US$ 1,65 bilhão.
Em 2008, a empresa lançou o seu próprio navegador, o Chrome. No mesmo ano, a companhia lançou o Android, sistema operacional para celulares.
No ano de 2012, o Google lançou a loja de aplicativos Google Play.

Jeito com as palavras

O Google consegue a maior parte de seus lucros com a venda de oportunidades de propaganda nas páginas de busca que muitos de nós usamos.
Os anunciantes fazem propostas para ter seus produtos ou serviços mostrados nas páginas de resultados de consultas para buscas relevantes.
Uma combinação do tamanho da oferta e a qualidade de um potencial anúncio influencia a posição em que o anúncio vai aparecer: quanto mais para cima na página, maiores as chances de um usuário ver.
Para estimular práticas eficientes de licitação, o Google usa o sistema de leilão Vickrey. Os autores das propostas não sabem como são as ofertas dos outros.
Quando todas as ofertas chegam, ganha o melhor anunciante, mas na realidade ele paga o preço mandado pela segunda melhor proposta.
Mas isto não é tudo.
O Google também leva em consideração a relevância da página de destino do anunciante para a busca, privilegiando a maior especificação do produto oferecido.
Por exemplo: se um anunciante tem uma página que é totalmente sobre seguro de carros, teria que fazer uma oferta menor para aparecer no topo dos resultados de publicidade paga quando o usuário googlar "seguro de carros" do que um anunciante que tem uma página sobre seguros em geral. O Google chama isso de "nível de qualidade".

Cada clique conta

A atração do serviço para os anunciantes é que eles podem dirigir a publicidade aos usuários do Google que já expressaram seu interesse no que o anunciante vende e ignorar os usuários que não têm interesse no produto.
E isto é conhecido como publicidade contextual.
Além disso, os anunciantes só tem que pagar ao Google depois que alguém realmente clicar em uma das propagandas e podem estabelecer orçamentos para limitar os gastos mensais.
O Adwords, lançado no ano 2000, continua sendo a fonte primária de lucros da Google.
Mas oGoogle também ganha dinheiro com publicidade quando você não está em um de seus sites.
A rede de Adsense da gigante de tecnologia coloca propagandas em sites associados - desde blogs até os principais produtores de conteúdo - e o Google fica com uma parte dos lucros.

fonte:http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160329_google_dinheiro_fn#orb-banner
foto:http://www.thisismoney.co.uk/money/markets/article-3491590/SMALL-CAP-IDEAS-Investors-board-Proxama-teams-giant-Google-provide-travel-updates-London-buses.html

O que comer (e o que evitar) para dormir bem

Uma em cada três pessoas sofre de insônia em algum momento da vida, e a maioria tem problemas menores para dormir de vez em quando.
A dificuldade para adormecer ou para manter o sono – ou ambas – se deve a vários fatores, que incluem estresse, preocupações e alimentos ingeridos, item que é motivo para várias questões:
Por que algumas bebidas e comidas te dão sono enquanto outros te despertam? É verdade que comer peso dá pesadelos? Ou que leite morno ajuda a dormir?
Separamos os fatos da ficção para ver se algumas mudanças na dieta podem levar a boas noites de sono.

Carboidratos x proteínas

O que devemos consumir para dormir bem: carboidratos ou proteínas? A resposta, aparentemente, é: ambos.
A chave é algo que se chama triptófano, um aminoácido que é o precursor de serotonina e da melatonina, os químicos indutores de sono no cérebro.
O triptófano está presente em pequenas quantidades em quase todos os alimentos proteicos e em quantidades mais altas em iogurte, leite, aveia, banana, tâmaras, frango, ovo e milho.
Para que o triptófano tenha efeito, é preciso cruzar a barreira de sangue do cérebro (seu sistema de segurança). Para conseguir isso, ele tem de competir com outros aminoácidos.
Segundo alguns estudos, combinar alimentos ricos em triptófano com carboidratos dá uma vantagem a esse aminoácido.
Os carboidratos estimulam a liberação de insulina, que ajuda a tirar outros aminoácidos do fluxo sanguíneo, dando mais chances ao triptófano de chegar ao cérebro.
Ainda é preciso investigar mais, e é importante levar em conta que a quantidade de triptófano nos alimentos é relativamente pequena e que, por isso, talvez isso tenha um efeito modesto.

A verdade sobre as bebidas do sono

  • Chá de ervas
O chá de camomila é conhecido como um bom remédio para problemas de dormir. Pesquisas apontam que ele aumenta o nível de glicina, um relaxante muscular, no corpo.
O de valeriana, por sua vez, costumava ser receitado contra a insônia na Roma antiga. A crença era de que a bebida reduzia o tempo levado para dormir e melhorava a qualidade do sono. A passiflora também demonstrou sua capacidade de melhorá-lo.
Acredita-se que ambas aumentam os níveis de ácido gama-aminobutírico (GABA) no cérebro, uma substância que ajuda a regular as células nervosas e diminui a ansiedade.
  • Leite morno
O leite contém melatonina, um hormônio que ajuda a criar o desejo de permanecer dormindo, mas ainda não foi confirmado que tenha um impacto significativo sobre os níveis de melatonina do corpo.
A bebida também contêm triptófano, como mencionamos antes.
Se você acrescentar leite morno a seu cereal, vai receber os benefícios deste indutor de sono, pois terá uma mistura de proteínas e carboidratos que os levarão mais rapidamente ao cérebro.
  • Chocolate quente
O chocolate quente é uma bebida reconfortante que, em alguns lugares, é tomado tradicionalmente antes de dormir.
Mas ele contém cafeína, que é um estimulante, ainda que as quantidades variem dependendo da marca.
Se você têm dificuldades para se manter dormindo, considere substituir o chocolate por um dos chás mencionados acima ou uma bebida com malte.
  • Água
Se você não consegue dormir bem durante a noite inteira porque acorda com sede ou vontade de ir ao banheiro, assegure-se de beber líquidos suficientes durante o dia para se manter hidratado durante toda a noite.
A Autoridade de Segurança Alimentícia Europeia aconselha que as mulheres tomem 1,6 litros por dia e os homens, 2 litros.
  • A última taça
Uma tacinha de algum licor de vez em quando não fará muito mal à sua saúde, mas isso não pode virar um hábito, pois pode provocar problemas sérios – que incluem insônia.
O álcool nos ajuda a continuar dormindo, mas faz com que passemos menos tempo na etapa do sono de movimentos oculares rápidos (MOR), que é a mais satisfatória, e que despertemos durante a noite.

Quando você deve comer?

  • Ajuste seu relógio interno
Pesquisas recentes mostram que o momento do dia em que você come pode afetar seu sono.
Todos temos um relógio interno que monitora a hora do dia e, pelo que tudo indica, um "relógio alimentício" que monitora horas das refeições.
Um estudo indica que, quando um rato come em horários irregulares, o relógio de seu corpo se desajusta.
Quando a quantidade de comida é limitada, o relógio alimentício anula o do corpo, mantendo o rato acordado até que localize algum alimento.
Os estudos com ratos não são necessariamente indicativos do que acontece com humanos, mas é interessante notar que os padrões de alimentação podem afetar seu sono.
  • Tenha rotina
Dormir é uma rotina, logo ter padrões regulares de alimentação fará com que seja mais fácil descansar durante a noite.
É uma boa ideia jantar quatro horas antes de se deitar e estabelecer um ritual de tomar chá de ervas antes de ir dormir.

Você é uma pessoa do dia ou da noite?

Pesquisas indicam que ser uma pessoa madrugadora ou noturna é determinado por seu cronotipo.
As horas do dia em que você come variam de acordo com seu cronotipo: os madrugadores quase sempre tomam café da manhã antes de meia hora depois de acordar, enquanto as pessoas noturnas tendem a pular o café da manhã e comer tarde à noite.

Que comidas e bebidas roubam nosso sono?

  • Queijo
A ideia de que o queijo dá pesadelos acompanha algumas culturas desde pelo menos o século 17. Mas isso faz sentido?
Já foi dito que a grande quantidade de tiramina que há no alimento poderia estar vinculada aos sonhos.
A tiramina afeta a liberação de noradrenalina, produzida na região do cérebro responsável pelo sono MOR – que está relacionada aos sonhos.
Mas muitos outros alimentos contém níveis semelhantes de tiramina e não são vistos como tiranos. Por isso, parece não haver ligação direta entre comer queijo e ter pesadelos.
  • Café
A cafeína pode interferir no processo de dormir ou evitar que durmamos profundamente.
Todos temos níveis diferentes de tolerância à cafeína, mas se você está sentindo dificuldade para dormir, evite tomar café à noite e talvez até de tarde.
Pesquisas recentes indicam que o café também pode ter impacto no sono ao desacelerar seu relógio biológico.
Um estudo mostrou que tomar um expresso duplo três horas antes de deitar atrasou a produção de melatonina em cerca de 40 minutos.
  • Açúcar
Um estudo recente indica que uma dieta rica em açúcar não é boa para dormir.
Na pesquisa, o açúcar fez com que participantes acordassem durante a noite.
Há poucos estudos sobre os efeitos do açúcar na qualidade do sono, mas, se você consome muitos alimentos ou bebidas açucaradas antes de dormir, provavelmente experimentará uma entrada de energia que não é ideal para esse momento.
  • Álcool
Após uma noite de bebedeira, provavelmente será mais fácil dormir. A má notícia é que o álcool perturba os padrões e ciclos que ocorrem enquanto dormimos.
Ao longo de uma boa noite de sono, a pessoa normalmente tem entre seis e sete ciclos MOR. Após uma noite de bebidas, porém, terá somente uma ou duas.
  • Pimenta
Acredita-se que comida apimentada provoque indigestão e aumente a temperatura de seu corpo, e a combinação de ambas prejudicam o sono.
Uma pesquisa indica que uma queda na temperatura corporal dispara a sensação de que é hora de ir para a cama. No estudo, os participantes que colocaram molhos picantes na comida demoraram mais para adormecer e dormiram menos que o normal.
Percebeu-se que, nas noites em que eles comeram condimentos, sua temperatura corporal esteve elevada durante o primeiro ciclo de sono.
Curiosamente, banhos quentes podem ajudar a dormir, pois a temperatura de seu corpo cai rapidamente depois deles.

fonte:http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160328_alimentos_dormir_lab#orb-banner
foto:http://www.thebridgemaker.com/a-common-sense-approach-to-a-good-nights-sleep/

30/03/2016

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Má-governança configura crime de responsabilidade, diz professor


O professor catedrático de Direito Constitucional da Universidade de São Paulo (USP) Manoel Ferreira Gonçalves Filho (foto acima) afirma que não é necessário crime de responsabilidade para haver o impeachment do presidente da República, pois a fonte usada pela legislação brasileira, a Constituição dos Estados Unidos, não cita esse tipo de delito. A explicação foi dada em Lisboa, na última terça-feira (29/3), durante seminário promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público.
O texto dos EUA detalha que “o presidente, o vice- presidente, e todos os funcionários civis dos Estados Unidos serão afastados de suas funções quando indiciados e condenados por traição, suborno, ou outros delitos ou crimes graves”.
O professor afirmou ainda que esse entendimento vem da Constituição da Filadélfia, que menciona como motivações para o impeachmentcrimes graves, faltas graves e corrupção.
Durante sua fala na capital portuguesa, Manoel Ferreira Gonçalves, que fará 81 anos em junho, se considerou o mais experiente do evento em crises institucionais republicanas, tanto aqui quanto no exterior, pois assiste a esses eventos desde a deposição de Getúlio Vargas, em 1945. Ele também esteve na França em 1958, ano em que o general Charles De Gaulle chegou ao poder e a Constituição francesa foi elaborada.
O professor ressalta que em todos esses anos pôde perceber que a “legitimidade não se obtém apenas das urnas. Tem que ser conquistada no dia a dia”. Sobre a separação de poderes, que é adotada pelo Brasil e por outros países, Manoel Gonçalves destacou que o modelo serve como freio e contrapeso. “[A separação] Não se preocupava com a eficiência, mas com o equilíbrio”, disse.
Ao falar sobre os sistemas de governo,  destacou que todos têm suas peculiaridades e problemas. Usando o presidencialismo como exemplo, ele ressaltou que as crises entre instituições ou poderes geram uma espécie de bloqueio, o que resulta na paralisação da economia, tornando difícil o funcionamento de qualquer governo. “Isso é crucial para a legitimidade.”
Arremedo de presidencialismo
Ainda sobre o sistema presidencialista, o presidente do Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Jorge Miranda, disse que na América Latina existem apenas desvios ou arremedos e presidencialismo. Para Jorge Miranda, o único país da América onde o modelo realmente existe são os EUA.

O presidencialismo foi instituído no Brasil depois de plebiscito promovido em 1993. O modelo de governo recebeu 36,6 milhões dos 66 milhões de votos registrados e passou a valer em 1995, conforme delimitou a Emenda Constitucional 2. Desde 1992, a Constituição recebeu 91 emendas. No site do Palácio do Planalto consta que além desses projetos há outros seis que foram usados para revisar dispositivos.
Lá e cá
O evento serviu também para comparações entre a Justiça portuguesa e a brasileira. Eduardo Vera-Cruz Pinto, presidente do Instituto de Direito Brasileiro da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
contou que em Portugal juízes são avaliados pelo mérito das decisões e afirmou que isso faz muito bem para a qualidade das decisões judiciárias em Portugal.

O advogado Leandro Schuch, sócio da Nelson Wilians e Advogados Associados, presente no evento, afirmou que as palestras servem para mostrar como Portugal superou momentos recentes de crise sem qualquer ameaça de rompimento da ordem institucional. "Somado a isso, concordo com as manifestações sobre a necessidade de um Judiciário fortalecido como contribuição para a manutenção da paz social".
Estiveram presentes no evento os ministros do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli e Gilmar Mendes — que é um dos organizadores do seminário —, do Superior Tribunal de Justiça Ricardo Villas Bôas Cueva e João Otávio de Noronha; o senador José Serra (PSDB-SP), o embaixador do Brasil em Lisboa, Mario Vilalva; e o ex-advogado-geral da União Luis Inácio Adams, entre outros.

fonte:http://www.conjur.com.br/2016-mar-29/ma-governanca-configura-crime-responsabilidade-professor
foto:http://www.conjur.com.br/2016-mar-29/impeachment-nao-exige-crime-responsabilidade-professor-usp

Tudo o que comemos dá câncer?


câncer foi definido por alguns especialistas como um tipo de loteria, fruto da acumulação de mutações ao acaso. Uma loteria que não quisemos jogar, mas da qual ninguém pode escapar. Apesar disso, nos aferramos à ideia de ter algum tipo de controle sobre esta doença, seguramente por pura necessidade e instinto de sobrevivência.
É uma loteria, é verdade, mas também podemos adquirir mais ou menos bilhetes segundo nossos hábitos de vida e reduzir, e não eliminar, a probabilidade de levar o grande prêmio nesta rifa terrível. Sobre a gestão destes bilhetes temos algumas certezas bem claras, e talvez a mais conhecida no âmbito dos estilos de vida seja o vício em tabaco. Se você fuma, obtém mais números: disso restam poucas dúvidas.

Mas  ou não dá câncer?

O que comemos e o que não comemos também se postula com muita frequência como um elemento modulador da probabilidade de sofrer câncer. Mas a verdade é que esta perspectiva, mesmo sendo correta, também é bem desfocada. Com a ciência nas mãos, salvo exceções pontuais — que existem —, não temos argumentos científicos suficientes para defender o consumo ou não de um determinado alimento e afirmar que propicia o risco de câncer (ou, ao contrário, que o reduza).
Sobre quase tudo o que comemos e sua relação com o câncer —para o bem ou para o mal— centenas de estudos foram feitos. Na maioria deles, a evidência para defender essa relação, seja no sentido que for, é bem mais escassa. No entanto, a mensagem que cala nos consumidores é demolidora e oferece, aparentemente, poucas lacunas. Acabamos então afirmando as possíveis relações entre um determinado alimento e o risco de câncer, normalmente com provas fracas demais para fazê-lo de forma tão categórica.
Uma amostra disso é encontrada nas interessantes observações realizadas neste estudo, que se propôs a investigar quantos dos ingredientes tomados ao acaso de um livro de cozinha tradicional (norte-americana) tinham publicada na literatura científica algum estudo que os relacionasse ao câncer. Selecionaram 50 ao acaso, e constatou-se que 80% desses ingredientes tinham algum tipo de associação com o câncer, destacando que boa parte deles tinham estudos tanto a favor como contra.
Ou seja, para o mesmo alimento havia publicações que destacavam seu caráter protetor frente ao câncer e outras que alertavam quanto ao aumento do risco. Levando em conta a preocupação geral que existe sobre a doença, não é impensável que cada um desses estudos acabasse nas manchetes dos meios de comunicação, para desespero dos leitores, é claro. Algo bastante razoável, já que esse disse-me-disse cai muito mal, especialmente quando se trata de saúde e de alimentos.
Mas o trabalho antes mencionado foi além. Também analisou a qualidade dos estudos que relacionavam o câncer com aqueles 80% de alimentos, e observou que, apesar de os autores das respectivas pesquisas acabarem por fazer interpretações conclusivas, a grande maioria dessas afirmações se baseava em provas estatísticas frágeis.
Falando em dinheiro, alguns autores exageram nas relações câncer-alimento e oferecem um julgamento taxativo demais para pouca contundência das provas que têm em mãos. Ao mesmo tempo, o nível de evidência (ou potência probatória) dos estudos contrastados também foi bem heterogêneo e colocou em evidência alguns paradoxos: os estudos individuais (com menor nível de evidência) costumavam ser mais categóricos em suas conclusões do que os estudos de revisão e meta-análise, que em princípio fornecem uma imagem mais clara da situação.

O que realmente se sabe sobre a relação câncer-alimento

Não há grandes manchetes, nem alimentos milagrosos, nem superalimentos que curam tudo —tão reais quanto o Super-Homem— nem nada que se pareça às obras editoriais de título complacente escritas pelo guru místico da vez. O que atualmente se dá por válido na relação entre o que comemos, nosso estado nutricional e o risco de câncer está condensado na obra da World Cancer Research Found e do American Institute for Cancer Research intituladaAlimentos, nutrição, atividade física e a prevenção do câncer: uma perspectiva mundial (acesso à obra completa em inglês neste link).
Para termos uma ideia do estilo de recomendações que vamos encontrar nesse compêndio do conhecimento científico sobre o câncer e os alimentos, aí vão algumas recomendações concretas baseadas em evidências para a prevenção do câncer que, além disso, se estendem aos pacientes já diagnosticados:

Recomendações sobre o peso corporal:

- Manter o peso dentro das margens normais com base no IMC (Índice de Massa Corporal).
- Evitar o aumento de peso e o aumento da circunferência da cintura durante toda a vida adulta.

Recomendações sobre a atividade física:

- Realizar uma atividade física de intensidade moderada, equivalente a uma caminhada enérgica durante pelo menos 30 minutos por dia.
- À medida que o estado físico melhora, procurar realizar 60 minutos diários ou mais de atividade física de intensidade moderada, ou 30 minutos diários ou mais de atividade física intensa.
- Limitar os hábitos sedentários como assistir televisão.

Recomendações sobre alimentos que promovem o aumento de peso:

- Consumir poucos alimentos de alta densidade energética, como batatas fritas, manteiga ou açúcar.
- Evitar o consumo de bebidas açucaradas.
- Consumir pouca ou nenhuma comida rápida (fast-food).

Recomendações sobre os alimentos vegetais:

- Consumir pelo menos cinco porções diárias (cerca de 400g) de vegetais que não sejam ricos em amido e frutas variadas.
- Consumir alimentos pouco processados que sejam produzidos com cereais e legumes em cada refeição.
- Limitar o consumo de alimentos ricos em amido refinado (escolher as versões integrais).
- As pessoas que consomem raízes e vegetais ricos em amido como alimentos básicos em sua dieta também devem garantir uma ingestão suficiente de vegetais que não sejam ricos em amido, frutas e legumes.

Recomendações sobre os alimentos de origem animal:

- As pessoas que se alimentam regularmente com carne vermelha devem consumir menos de 500 g por semana, com uma proporção mínima (ou nenhuma) de carnes processadas.

Recomendações sobre bebidas alcoólicas:

- Se consumir bebidas alcoólicas, que não sejam mais de duas unidades diárias se for homem, e uma se for mulher. (Nota: na justificativa dessa recomendação diz-se que: “As comprovações científicas não demonstram que haja um nível preciso de consumo de bebidas alcoólicas abaixo do qual não aumente o risco dos cânceres que causa. Isto significa que, com base exclusivamente na evidência sobre o câncer, é preciso evitar até o consumo de pequenas quantidades de álcool”).

Recomendações sobre o preparo e a conservação:

- Evitar os alimentos conservados em salmoura ou salgados e os que tenham muito sal; preparar as conservas sem recorrer ao processo de salgá-las.
- Limitar o consumo de alimentos elaborados com o acréscimo de sal para garantir uma ingestão menor do que 6 g (2,4 g de sódio) por dia.
- Não consumir cereais nem legumes se suspeitar que estão contaminados por fungos.

Recomendações sobre os suplementos alimentares:

- Para prevenir o câncer não se recomendam suplementos alimentares. (Nota: na justificativa desta recomendação diz-se que: “As comprovações científicas demonstram que doses altas de suplementos e nutrientes podem proteger contra o câncer, mas também podem causá-lo. Os estudos que demonstram tais efeitos não têm relação com o uso estendido entre a população geral, na qual o equilíbrio entre os riscos e os benefícios não pode ser predito de forma confiável. Uma recomendação geral de consumir suplementos para a prevenção do câncer poderia ter efeitos adversos inesperados. É preferível aumentar o consumo de nutrientes importantes incorporando à dieta habitual alimentos que os contenham”).

Cuidado com a literatura mística

O que expusemos anteriormente resume de forma inequívoca as recomendações que podem ser feitas quanto à prevenção e tratamento do câncer a partir da dieta, levando em conta as evidências científicas. Apesar disso, a oferta de literatura de autoajuda sobre formas de evitar o câncer com base na dieta é especialmente abundante. As obras que apresentam a palavra câncer em livros de divulgação geral abundam nas estantes dedicadas à saúde e à dietética.
Entre eles destacou-se na Espanha, por exemplo, o best-seller Mis recetas anticancer (Odile Fernández), no qual se cita uma série de recomendações sem pé nem cabeça e sem base científica, algo que se tornou denominador comum na maior parte deste tipo de obra. O perigo, além de transmitir conteúdos falsos sobre o câncer e sua relação com a dieta para os leitores, está nas falsas esperanças que os pacientes já diagnosticados que se vejam tentados a ler este tipo de livro podem desenvolver e, quem sabe, acreditando que já têm “sua salvação” neles, abandonem o tratamento médico.
Resumindo: apesar de comermos várias vezes ao dia, e por isso nos pareça que algo tão constante em nossa vida afetará diretamente a aparição ou o tratamento de uma doença como o câncer, a verdade é que —exceto nos casos anteriormente mencionados— não é assim. Pelo menos, do ponto de vista científico, que é o que conta no fim das contas.

Reportagem Juan Revenga Frauca
fonte:http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/17/estilo/1458238505_772585.html
foto:http://www.dietamediterranea.biz/