31/10/2016

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Os heróis que reduziram uma doença mundial a apenas 27 casos

Voluntários arriscam a vida no Paquistão para chegar às últimas crianças sem vacinar contra a pólio.



“É assim que vocês querem que seus filhos vivam? Como eu?” O irlandês Jim Costello se dirige aos pais que rejeitam vacinar seus filhos e aos terroristas que atacam as equipes de vacinação em países como Paquistão e Nigéria. Costello tinha 15 anos quando, em 1958, foi ver uma partida de rúgbi e se infectou com o vírus da pólio. O micro-organismo, procedente de água ou alimentos contaminados com matéria fecal, penetrou em seu sangue, se propagou pelos nervos e paralisou a parte superior de seu corpo, incluindo os músculos que movem os pulmões.
“Querem que seus filhos vivam como eu?”, insiste. Mais de meio século depois da infecção, Costello, de 73 anos, se desloca em cadeira de rodas porque mal pode dar alguns passos. E seus braços estão totalmente paralisados. Ele passou anos inteiros de sua vida internado em um hospital de Dublin e encerrado permanentemente em “um pulmão de aço”, um enorme tanque cilíndrico para respirar de maneira mecânica. Depende por completo de sua companheira, Delia.
Costello é um dos 700.000 sobreviventes da pólio que vivem na Europa. Dedicou a vida a lutar pelos afetados pela pólio e a conscientizar as autoridades a erradicar a doença, muito contagiosa. Em 24 de outubro, Dia Mundial da Luta contra a Poliomielite, o irlandês recebeu uma homenagem como “herói da pólio”, em um ato no Instituto Pasteur de Paris. No dia seguinte, nos arredores de Peshawar, no Paquistão, uma bomba matou um policial que escoltava uma equipe de vacinação antipólio.
“Há muita pobreza, as pessoas são analfabetas, e isso explica em parte a resistência à vacinação”, lamenta Latif, um professor paquistanês de 40 anos que arrisca a vida como voluntário para lutar contra a doença. Em 2012, ele mesmo levou um tiro na perna. Em algumas zonas isoladas de seu país triunfou a ideia de que a vacina contra a pólio é um plano maléfico do Ocidente para esterilizar os muçulmanos.
Em abril, outros três policiais que faziam a escolta de equipes médicas foram metralhados em Karachi. Em janeiro, um terrorista suicida detonou uma bomba diante de um centro de vacinação contra a pólio da cidade de Quetta, matando outras 15 pessoas. Desde 2012 foi assassinada uma centena de pessoas em ataques contra a campanha de vacinação.
Azra, outra vacinadora paquistanesa, reconhece em um vídeo projetado em Paris que recita o Corão e pede a proteção de Deus antes de sair com sua geladeira portátil para distribuir a vacina pelo sul da província de Punjab. “Algumas pessoas religiosas acham que as vacinas provocam pensamentos imorais”, afirma.
Latif, que como Azra não divulga seu sobrenome, por segurança, diz viver sem medo. Está há mais de duas décadas como membro do Rotary International, uma organização sem fins lucrativos cujo milhão de voluntários ajuda a derrotar o vírus. Em 1988, quando os governos lançaram a Iniciativa Mundial para a Erradicação da Poliomielite, a doença paralisava ou matava 350.000 pessoas por ano em 125 países. Em 2016 só foram registrados até agora 27 casos, no Paquistão, Afeganistão e Nigéria. Poderá ser a segunda doença humana erradicada da face da Terra, depois da varíola.
Na segunda-feira, Azra e Latif também foram homenageados em Paris como “heróis da pólio”, em um ato organizado pelo Rotary International e a farmacêutica Sanofi Pasteur, que pagou a viagem do EL PAÍS à capital francesa. A empresa, gigante mundial do setor, é a principal fabricante das duas vacinas de referência contra a doença: a oral e a injetável com vírus inativado.
A oral foi crucial para reduzir os casos em 99,9%, já que é muito fácil de administrar, provoca imunidade no intestino e interrompe rapidamente a transmissão do vírus ao meio ambiente. É a que distribuem, casa a casa e criança a criança, Latif e Azra. No entanto, a Organização Mundial da Saúde recomendou a adoção gradual da injetável, porque elimina o risco, mínimo, de que surja uma poliomielite paralítica associada à vacina oral, que contém vírus debilitado. As duas vacinas estão livres de patentes desde sua descoberta na década de 1950.
“Graças à campanha mundial de vacinação foram evitados 15 milhões de casos de poliomielite paralisante. Um total de 15 milhões de crianças que não iriam poder caminhar podem fazê-lo. O benefício humano é enorme”, aplaude André Doren, estrategista-chefe da iniciativa da erradicação na OMS. “Não podemos parar até todo o mundo estar imunizado”, acrescenta Doren, cuja organização tem de pactuar tréguas para que seja possível a vacinação em lugares conflituosos, como os povoados nigerianos controlados pelo grupo terrorista Boko Haram.
A Iniciativa Mundial para a Erradicação da Poliomielite é o maior esforço internacional na história da saúde pública. É encabeçada pela OMS e a UNICEF com outros órgãos, com a indispensável ajuda de 20 milhões de voluntários como Latif e Azra, que imunizaram mais de 3 bilhões de crianças nas últimas duas décadas. O objetivo é que o planeta esteja livre da pólio em 2018.
“A erradicação da pólio chegou às pessoas mais marginalizadas das regiões mais isoladas do planeta, no Iraque, Síria, Somália, Afeganistão... Mas enquanto não for erradicada, o vírus lutará por sua sobrevivência e pode ressurgir”, alerta o médico paquistanês Mufti Zubair Wadood, coordenador das campanhas da OMS contra a pólio no Paquistão e Afeganistão.
A norte-americana Kimberley Thompson, catedrática em Medicina Preventiva da Universidade da Flórida Central, faz um chamado a não se deixar levar pela confiança: “Enquanto houver pólio no mundo, o risco existirá para todos, estejamos onde estivermos. O risco de que você se infecte continuará aí, todo mundo precisa ter isso claro. A pólio não conhece fronteiras”.


Reportagem de Manuel Ansede
fonte:http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/28/ciencia/1477656490_222487.html
foto:http://br.rfi.fr/mundo/20160113-paquistao-registra-novo-atentado-durante-campanha-de-vacinacao-contra-polio

Um em cada 4 eleitores será governado pelo PSDB

O PSDB saiu do segundo turno como o maior vencedor da eleição municipal de 2016, se o critério observado for o número de eleitores que cada partido vai governar. Em seu conjunto, os prefeitos do partido vão administrar cidades que abrigam 23,9% do eleitorado - ou seja, para cada quatro eleitores, um será governado por um tucano (veja como foi a votação em cada município).
Em relação à eleição de 2012, a faixa do eleitorado governada por tucanos quase dobrou - era de 13,1%. Já a parcela governada pelo PT, principal antagonista do PSDB, desabou de 19,9% para 2,9%.
A fatia alcançada pelos tucanos é a maior desde 2004, o primeiro ano para o qual o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulga dados de resultado eleitorais digitalizados. O recorde anterior pertencia ao PMDB, que em 2008 venceu em municípios que abrigavam 22,1% do eleitorado da época.
No primeiro turno, o PSDB venceu em 789 cidades, que concentravam 26,8 milhões de eleitores. Na segunda rodada da eleição, foram 14 cidades a mais, com eleitorado de 7,6 milhões, chegando ao total de 34,4 milhões.
A principal causa do salto tucano foi a vitória na cidade de São Paulo, que concentra 26% dos eleitores que serão governados pelo partido. João Dória, novato na política, venceu no primeiro turno com 53,3% dos votos válidos e vai suceder o petista Fernando Haddad a partir de janeiro do ano que vem.
Neste domingo, 30, a maior cidade conquistada por um tucano foi Manaus, onde Artur Virgílio Neto conseguiu se reeleger, com 56% dos votos válidos.
O PMDB teve o segundo melhor desempenho: vai governar 20,5 milhões de eleitores a partir do ano que vem, o equivalente a 14,2% do total. O partido do presidente Michel Temer só ficou à frente do PSDB no quesito número de prefeituras conquistadas: foram 1.037 contra 803.
No segundo turno, candidatos peemedebistas venceram em 9 municípios, que concentram 12% do eleitorado em disputa (cerca de 33 milhões).
Refluxo. A onda antipetista, que já havia se manifestado no primeiro turno, voltou a demonstrar sua força neste domingo, 30. Todos os sete candidatos do PT que haviam conseguido se classificar para a segunda rodada acabaram perdendo.
A derrota petista mais significativa se deu em Santo André, onde Paulo Serra (PSDB) derrotou Carlos Grana (PT), candidato à reeleição, por 78% a 22%.
O PT também amargou derrota significativa em Mauá, outra cidade da região do ABC paulista que integrava o chamado cinturão vermelho, grupo de municípios da região metropolitana que costumava ter maioria de eleitores petistas. O atual prefeito Donisete Braga (PT) foi derrotado por Átila Jacomussi (PSB), por 65% a 35%.
Com os resultados, o PT foi praticamente varrido do chamado clube do segundo turno, o conjunto das 92 cidades que têm 200 mil eleitores ou mais. Nesse conjunto, que abriga 38% do eleitorado do País, o único representante petista a partir do ano que vem será o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, reeleito já no primeiro turno com 55% dos votos válidos.
Graças à vitória no Rio de Janeiro, com Marcelo Crivella, o PRB ficará na segunda colocação, em número de eleitores governados, no clube do segundo turno, atrás do PSDB e à frente do PMDB.
Pequenos. Partidos nanicos obtiveram um avanço inédito no grupo das 92 maiores cidades do País. Somados, eles venceram em 18 desses municípios, e vão governar 7,4 milhões de eleitores. Os maiores destaques foram as vitórias de Alexandre Kalil (PHS), em Belo Horizonte, e Rafael Greca (PMN).
O avanço dos nanicos consolidou o fenômeno da dispersão partidária, que já havia sido recorde no primeiro turno.
No total, políticos de 31 partidos vão administrar pelo menos uma prefeitura a partir de 2017. Apenas quatro das legendas registradas não venceram em nenhum município.

Reportagem de Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Duarte, Fabiana Cambricoli
fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/geral,um-em-cada-4-eleitores-sera-governado-pelo-psdb,10000085533
foto:http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2016/10/epoca-negocios-um-em-cada-4-eleitores-sera-governado-pelo-psdb.html

Lançamento do livro em homenagem à Professora Doutora Andrea Gastron no IX Seminário Internacional Brasil/Argentina



Nos dias 23 e 24 novembro será realizado no auditório da Justiça Federal no Centro Administrativo da Bahia (Av. Ulysses Guimarães, 2799 Sussuarana - Salvador)o IX Seminário Internacional Brasil/Argentina, que terá como tema "Direitos Humanos, Garantias e Justiça: Impactos das decisões judiciais, do novo CPC e do Projeto de CCP no Sistema Judicial Brasileiro." As inscrições podem ser feitas no link http://www.jfba.jus.br/processos/seder_2014_2/seminario/

Serão palestrantes a desembargadora Luiza Lomba, do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, a juíza federal Cláudia Tourinho Scarpa, diretora do Foro da Seção Judiciária do Estado da Bahia, e os professores Sebastian Borges de Albuquerque Melo, da Universidade Federal da Bahia, e Andrea Laura Gastron, Marta Biagi e Ricardo Rabinovich-Berkman, da Universidade de Buenos Aires (UBA)- instituição da qual tenho o privilégio de ser doutoranda. Mais uma vez os participantes deste evento, já tradicional, terão o privilégio de ouvir (e aprender) com eminentes personagens da área acadêmica e jurídica do Brasil e da Argentina.
No segundo dia do IX Seminário Internacional Brasil/Argentina (24 de novembro) a partir das 18h30 acontecerá o lançamento do livro em homenagem à Professora Doutora da Universidade de Buenos Aires (UBA) Andrea Gastron. Os coordenadores da publicação são os também professores doutores da UBA Wilson Alves de Souza e  Ricardo Rabinovich-Berkman. Tenho a honra de ser uma das autoras escolhidas para fazer parte desta obra que certamente, além de ser uma justa homenagem à professora Andrea Gastron, é mais uma contribuição de todos os envolvidos à construção do conhecimento jurídico. 
As inscrições para o evento, com finalidade social, serão confirmadas por meio de doação de 1 kg de alimento não perecível, entregues no primeiro dia do seminário. Nos dois dias, as atividades começam a partir das 13h4. Serão expedidos certificados com carga horária de 10 horas. O seminário é promovido pela Associação dos Servidores da Justiça Federal (Asserjufe), pela Universidade Federal da Bahia e pela Justiça Federal, além de outras instituições. A coordenação geral do seminário é dos professores Wilson Alves de Souza e Maurício Goés.

Por que acontecem tantos terremotos na Itália?

Igreja Nossa Senhora dos Anjos, Nórcia
Um novo terremoto, desta vez de magnitude 6,6 na escala Richter, abalou a cidade de Nórcia, na região central da Itália, ontem (30). Por enquanto não há registros de mortes, mas diversos locais ficaram destruídos.
O abalo vem apenas dois meses depois de outro bem mais devastador que matou pelo menos 300 pessoas e deixou centenas de desabrigados na mesma região - afetando principalmente a cidade de Amatrice.
Na semana passada, o país registrou outros tremores, mas sem maiores consequências.
Mas por que tantos terremotos acontecem em solo italiano?
Em 1908, estima-se que ao menos 70 mil pessoas morreram quando um tremor de magnitude 7,2 atingiu a cidade siciliana de Messina, onde um tsunami, também associado ao abalo, deixou a região em uma situação desesperadora. Em 1915, houve outro, em Avezzano, que deixou pelo menos 30 mil mortos e uma cidade arrasada. Dali em diante, foram muitos abalos sísmicos que fizeram a história do país.
Especialistas acreditam que os terremotos influenciaram tudo na Itália, desde a distribuição da população, adaptação da arquitetura até o dialeto falado em diferentes partes do país. E trata-se se uma influência muito bem documentada.
Cada vez que um terremoto destrói uma igreja, os moradores insistem em reformá-la ou reconstruí-la e isso acaba sempre registrado em livros - que se mostraram uma rica fonte de informações para os cientistas que tentam entender a história sísmica da Itália.

Histórico de terremotos

Em grande escala, os problemas sísmicos que abalam o país podem ser analisados no contexto de uma grande colisão das placas tectônicas africana e euroasiática na região. Mas quando observamos a situação da Itália em detalhe, vemos que o motivo de haver tantos terremotos ali é um pouco mais complexo.
A placa da África tem se movimentado todos os anos cerca de 2 cm para o norte. Sendo assim, a Itália tem experimentado movimentos complexos no maior estilo "cabo de guerra".
O Mar de Tirreno, que se encontra a oeste do país, entre o continente e Sardenha/Córcega, está abrindo pouco a pouco.
Segundo os especialistas, isso está contribuindo para uma separação dos Montes Apeninos, a cordilheira que se estende por todo o país - ela estaria se movendo cerca de 3mm por ano.
Adicione-se a isso os movimentos no Adriático, onde há evidências de que a crosta da terra continua se movendo em um sentido anti-horário sob a Itália. Ou seja, o país está sendo literalmente empurrado e puxado por todos os lados.
"Os Apeninos também são muito altos, a crosta é muito espessa lá e há um processo de colapso gravitacional", disse Richard Walters da Universidade de Durham, no Reino Unido.
"Então, há uma disseminação da cordilheira dos Apeninos, que também leva à extensão - o tal movimento do cabo-de-guerra - e, portanto, aos terremotos".
Esses não são tremores colossais como os que costumamos ver em encontros de placas tectônicas - que normalmente produzem abalos de 8 ou 9 pontos na escala Richter. Mas conforme a história mostra, os tremores na região dos Apeninos sempre deixarão seu "rastro" de miséria.
"Os efeitos são devastadores aqui, porque os terremotos acontecem na superfície da crosta. E isso é devido à natureza das falhas", explicou Laura Gregory, que trabalha na região e é da Universidade de Leeds, no Reino Unido.
"Elas são falhas relativamente pequenas porque são na superfície, então os tremores são dramáticos loco em cima, onde os terremotos acontecem."

Previsões

A Itália é um país moderno que está muito bem preparado hoje em dia para lidar com os terremotos.

Alguns computadores são usados hoje em dia para prever o número de mortes que terremotos podem deixar - e o de feridos também. Eles se baseiam em informações sobre a densidade demográfica e em outros códigos de construção locais.
As previsões são usadas para guiar os serviços de emergência e para prepará-los antes dos tremores acontecerem.
Se esses números da previsão serão os mesmos da realidade vai depender da qualidade das construções onde as pessoas estão dormindo - muitos tremores acontecem na madrugada ou logo cedo, como o deste domingo.
Os edifícios mais antigos correm mais riscos, especialmente aqueles que não passaram por reformas para ficarem mais "resistentes".

fonte:http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37812950#orb-banner
foto:http://exame.abril.com.br/mundo/reconstruiremos-diz-renzi-aos-italianos-afetados-por-terremoto/

29/10/2016

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A curiosa origem do Dia das Bruxas

O Dia das Bruxas é conhecido mundialmente como um feriado celebrado principalmente nos Estados Unidos, onde é chamado de Halloween.
Mas hoje em dia é celebrado em diversos outros países do mundo, inclusive o Brasil, onde hábitos como o de ir de porta em porta atrás de doces, enfeitar as casas com adereços "assustadores" e participar de festas a fantasia vêm se tornando mais comuns.
Mas sua origem pouco tem a ver com o senso comum atual sobre esta festa popular. Entenda a seguir como ela surgiu.

De onde vem o nome?

O Halloween tem suas raízes não na cultura americana, mas no Reino Unido. Seu nome deriva de "All Hallows' Eve".
"Hallow" é um termo antigo para "santo", e "eve" é o mesmo que "véspera". O termo designava, até o século 16, a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro.
Mas uma coisa é a etimologia de seu nome, outra completamente diferente é a origem do Halloween moderno.

Como a festa começou?

Desde o século 18, historiadores apontam para um antigo festival pagão ao falar da origem do Halloween: o festival celta de Samhain (termo que significa "fim do verão").
O Samhain durava três dias e começava em 31 de outubro. Segundo acadêmicos, era uma homenagem ao "Rei dos mortos". Estudos recentes destacam que o Samhain tinha entre suas maiores marcas as fogueiras e celebrava a abundância de comida após a época de colheita.
O problema com esta teoria é que ela se baseia em poucas evidências além da época do ano em que os festivais eram realizados.
A comemoração, a linguagem e o significado do festival de outubro mudavam conforme a região. Os galeses celebravam, por exemplo, o "Calan Gaeaf". Há pontos em comum entre este festival realizado no País de Gales e a celebração do Samhain, predominantemente irlandesa e escocesa, mas há muitas diferenças também.
Em meados do século 8, o papa Gregório 3º mudou a data do Dia de Todos os Santos de 13 de maio - a data do festival romano dos mortos - para 1º de novembro, a data do Samhain.
Não se tem certeza se Gregório 3º ou seu sucessor, Gregório 4º, tornaram a celebração do Dia de Todos os Santos obrigatória na tentativa de "cristianizar" o Samhain.
Mas, quaisquer que fossem seus motivos, a nova data para este dia fez com que a celebração cristã dos santos e de Samhain fossem unidos. Assim, tradições pagãs e cristãs acabaram se misturando.
Quando surgiu o Dia das Bruxas?
O Dia das Bruxas que conhecemos hoje tomou forma entre 1500 e 1800.
Fogueiras tornaram-se especialmente populares a partir no Halloween. Elas eram usadas na queima do joio (que celebrava o fim da colheita no Samhain), como símbolo do rumo a ser seguido pelas almas cristãs no purgatório ou para repelir bruxaria e a peste negra.
Outro costume de Halloween era o de prever o futuro - previa-se a data da morte de uma pessoa ou o nome do futuro marido ou mulher.
Em seu poema Halloween, escrito em 1786, o escocês Robert Burns descreve formas com as quais uma pessoa jovem podia descobrir quem seria seu grande amor.
Muitos destes rituais de adivinhação envolviam a agricultura. Por exemplo, uma pessoa puxava uma couve ou um repolho do solo por acreditar que seu formato e sabor forneciam pistas cruciais sobre a profissão e a personalidade do futuro cônjuge.
Outros incluíam pescar com a boca maçãs marcadas com as iniciais de diversos candidatos e a leitura de cascas de noz ou olhar um espelho e pedir ao diabo para revelar a face da pessoa amada.
Comer era um componente importante do Halloween, assim como de muitos outros festivais. Um dos hábitos mais característicos envolvia crianças, que iam de casa em casa cantando rimas ou dizendo orações para as almas dos mortos. Em troca, eles recebiam bolos de boa sorte que representavam o espírito de uma pessoa que havia sido liberada do purgatório.
Igrejas de paróquias costumavam tocar seus sinos, às vezes por toda a noite. A prática era tão incômoda que o rei Henrique 3º e a rainha Elizabeth tentaram bani-la, mas não conseguiram. Este ritual prosseguiu, apesar das multas regularmente aplicadas a quem fizesse isso.

Como o festival chegou à América?

Em 1845, durante o período conhecido na Irlanda como a "Grande Fome", 1 milhão de pessoas foram forçadas a imigrar para os Estados Unidos, levando junto sua história e tradições.
Não é coincidência que as primeiras referências ao Halloween apareceram na América pouco depois disso. Em 1870, por exemplo, uma revista feminina americana publicou uma reportagem em que o descrevia como feriado "inglês".
A princípio, as tradições do Dia das Bruxas nos Estados Unidos uniam brincadeiras comuns no Reino Unido rural com rituais de colheita americanos. As maçãs usadas para prever o futuro pelos britânicos viraram cidra, servida junto com rosquinhas, ou "doughnuts" em inglês.
O milho era uma cultura importante da agricultura americana - e acabou entrando com tudo na simbologia característica do Halloween americano. Tanto que, no início do século 20, espantalhos - típicos de colheitas de milho - eram muito usados em decorações do Dia das Bruxas.
Foi na América que a abóbora passou a ser sinônimo de Halloween. No Reino Unido, o legume mais "entalhado" ou esculpido era o turnip, um tipo de nabo.
Uma lenda sobre um ferreiro chamado Jack que conseguiu ser mais esperto que o diabo e vagava como um morto-vivo deu origem às luminárias feitas com abóboras que se tornaram uma marca do Halloween americano, marcado pelas cores laranja e preta.
Foi nos Estados Unidos que surgiu a tradição moderna de "doces ou travessuras". Há indícios disso em brincadeiras medievais que usavam repolhos, mas pregar peças tornou-se um hábito nesta época do ano entre os americanos a partir dos anos 1920.
As brincadeiras podiam acabar ficando violentas, como ocorreu durante a Grande Depressão, e se popularizaram de vez após a Segunda Guerra Mundial, quando o racionamento de alimentos acabou e doces podiam ser comprados facilmente.
Mas a tradição mais popular do Halloween, de usar fantasias e pregar sustos, não tem qualquer relação com doces.
Ele veio após a transmissão pelo rádio de Guerra do Mundos, do escritor inglês H.G. Wells, gerou uma grande confusão quando foi ao ar, em 30 de outubro de 1938.
Ao concluí-la, o ator e diretor americano Orson Wells deixou de lado seu personagem para dizer aos ouvintes que tudo não passava de uma pegadinha de Halloween e comparou seu papel ao ato de se vestir com um lençol para imitar um fantasma e dar um susto nas pessoas.

E quanto ao Halloween moderno?

Hoje, o Halloween é o maior feriado não cristão dos Estados Unidos. Em 2010, superou tanto o Dia dos Namorados e a Páscoa como a data em que mais se vende chocolates. Ao longo dos anos, foi "exportado" para outros países, entre eles o Brasil.
Por aqui, desde 2003, também se celebra neste mesma data o Dia do Saci, fruto de um projeto de lei que busca resgatar figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao Dia das Bruxas.
Em sua "era moderna", o Halloween continuou a criar sua própria mitologia. Em 1964, uma dona de casa de Nova York chamada Helen Pfeil decidiu distribuir palha de aço, biscoito para cachorro e inseticida contra formigas para crianças que ela considerava velhas demais para brincar de "doces ou travessuras". Logo, espalharam-se lendas urbanas de maçãs recheadas com lâminas de barbear e doces embebidos em arsênico ou drogas alucinógenas.
Atualmente, o festival tem diferentes finalidades: celebra os mortos ou a época de colheita e marca o fim do verão e o início do outono no hemisfério norte. Ao mesmo tempo, vem ganhando novas formas e dado a oportunidade para que adultos brinquem com seus medos e fantasias de uma forma socialmente aceitável.
Ele permite subverter normais sociais como evitar contato com estranhos ou explorar o lado negro do comportamento humano. Une religião, natureza, morte e romance. Talvez seja este o motivo de sua grande popularidade.

fonte:http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151029_origem_halloween_rb#orb-banner
foto:https://pixabay.com/pt/halloween-a-bruxa-hexenbesen-gato-478582/

Ruas de Paris viram destino de refugiados obrigados a deixar o campo de Calais

Campo de Calais
O desmonte do acampamento de imigrantes conhecido como "Selva" nesta semana, em Calais, no norte da França, agravou a crise de refugiados no país e levou muitos deles às ruas da capital, Paris.
A maioria das pessoas vêm de países como Afeganistão, Eritreia, Sudão, Somália e Chade, e aguardavam na região uma oportunidade de cruzar o Canal da Mancha e se estabelecer no Reino Unido.
De acordo com a secretária de segurança de Paris, Colombe Brossel, cerca de 2 mil pessoas teriam deixado Calais e muitos seguiram para as ruas da capital, onde ficam em acampamentos improvisados, ou em colchões nas ruas.
Estimativas de órgãos como o Escritório de Acolhida e de Acompanhamento de Imigrantes sugerem que pelo menos 3 mil pessoas estariam vivendo atualmente nas ruas de Paris - a maioria homens jovens. Mas não há números oficiais.
Eles se concentram em uma área da cidade ao longo da Avenida Flandre, próxima às estações de metrô Stalingrad e Jaurès, perto do Parque de la Villette, e também em parte do canal Saint-Martin. A prefeitura instalou banheiros e torneiras de rua nas proximidades.
A região passou a ser associada a uma "favela" por muitos moradores do bairro. Alguns dos residentes se dizem exasperados, enquanto outros admitem se tratar de um drama humanitário.
A secretária municipal de Segurança admitiu que o fechamento do campo em Calais provocou aumento no número de moradores das ruas parisienses.
"Desde o início desta semana, o acampamento em Paris está crescendo com pessoas que certamente vêm de Calais", afirmou.

Transferência

Como parte da operação para desmontar o acampamento em Calais, considerado a maior favela da Europa, o governo francês transferiu parte dos refugiados para Centros de Acolhimento e de Orientação espalhados por todo o país.
Mas muitos optaram por escapar do controle das autoridades e ir a Paris com o objetivo de retornar a Calais quando a situação se acalmar, para tentar entrar ilegalmente na Inglaterra.
Outros evitaram os centros de acolhimento porque temem ser expulsos e reenviados aos países por onde entraram na Europa e onde tiveram que deixar suas impressões digitais. Grécia e Itália são os mais comuns, e nesses casos eles seriam obrigados a pedir asilo, conforme estipula o acordo de Dublin.
O governo francês assegurou, no entanto, que a solicitação de asilo poderia ser feita na França, apesar da entrada ter ocorrido em outro país europeu.
Dados oficiais do governo apontam que cerca de 6,5 mil pessoas viviam na "Selva" em Calais. Já ONGs estimavam o número em mais de 8 mil. De acordo com o ministério do Interior, a maioria - cerca de 5,6 mil - foi transferida para abrigos em todo o país.

Medo

A BBC Brasil conversou com inúmeros imigrantes de diferentes nacionalidades nos acampamentos em Paris.
Questionados sobre a passagem por Calais, muitos negam e preferem afirmar que teriam vindo da Itália e chegado a Paris há algumas semanas.
"As pessoas têm medo de dizer a alguém que estavam em Calais. Eles não sabem se a pessoa é da polícia ou trabalha para o governo", disse Alamin, um imigrante do Sudão que dorme nas ruas em Paris há cerca de um mês.
Alamin afirma ser jornalista e ter deixado o Sudão após o fechamento do jornal para o qual trabalhava. Ele conta ainda que sofria perseguição política. Com um livro na mão, mostra com orgulho sua carteira de membro da biblioteca do bairro e diz que veio à França para estudar.

Polícia

O temor dos imigrantes foi reforçado com uma operação policial realizada nesta sexta-feira para verificar a situação administrativa de pessoas nos acampamentos.
O aumento recente no número de pessoas nesses locais em Paris é evidente para quem trabalha na ajuda aos refugiados. Associações que oferecem ajuda alimentar aos imigrantes, por exemplo, afirmam que o volume de refeições distribuídas cresceu nos últimos três dias.
"Faz dois anos que essa área é uma vergonha. O acampamento foi aumentando progressivamente e nos últimos seis meses sempre há muita gente. Isso aqui é um mini-Calais, é uma catástrofe humanitária", diz a francesa Florence Roy, que auxilia os imigrantes e realiza um documentário sobre o problema.
"Não é possível dizer que ninguém veio de Calais nos últimos dias, mas isso não é um fenômeno novo", diz Roy.
Em pouco mais de um ano, cerca de 30 acampamentos em Paris já foram desmontados pelas autoridades - a grande maioria na região norte da cidade.
O último foi em setembro, quando cerca de 2 mil pessoas foram retiradas do mesmo local onde há hoje um novo acampamento. Isso porque logo após as operações de expulsão, os imigrantes retornam a essas regiões.
Nos últimos meses, os acampamentos têm se formado rapidamente e cada vez com mais pessoas.
Segundo o governo, desde o agravamento da crise de refugiados entre 50 e 80 imigrantes chegam diariamente a Paris.

Primeiro centro

Autoridades municipais e o governo francês têm discursos distintos em relação ao que ocorre em Paris atualmente.
A prefeitura afirma que "há incontestavelmente um fluxo importante de imigrantes em Paris nos últimos dias". Já a ministra da Habitação, Emmanuelle Cosse, declarou que não há "chegadas maciças" de pessoas que estavam em Calais.
Nos próximos dias, a prefeitura de Paris irá abrir o primeiro abrigo para imigrantes na cidade. Mas a capacidade do local, de 400 pessoas, já está defasada em relação ao número de imigrantes nas ruas.
O ministro do Interior, Bernard Cazaneuve, declarou ontem.

Reportagem de Daniela Fernandes
fonte:http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37805121#orb-banner
foto:http://www.eldiario.es/desalambre/campamento-refugiados-Calais-relacionado-Paris_0_452154875.html

Estudo mostra como o celular afeta o sono dos adolescentes


Smartphones e celulares têm causado um enorme estrago nos padrões de sono dos adolescentes, segundo um estudo da Universidade de Montreal, no Canadá.
O trabalho, publicado na revista científica Sleep Health, mostrou que quanto mais os jovens usam o aparelho eletrônicos durante o dia, especialmente antes de dormir, pior a qualidade do sono deles.
Mais de 1.200 estudantes de 14 a 16 anos preencheram diários ao longo de um ano para registrar quantas vezes ao dia eles costumavam passar em frente ao computador, bem como o tempo gasto com outras atividades sedentárias, como ver TV, fazer lição de casa ou falar no telefone. Eles também responderam a questionários sobre sono.
Os adolescentes que usavam computadores ou jogavam videogames por mais de duas horas ao dia dormiam 17 e 11 minutos a menos que os outros jovens, respectivamente.
Um em cada três estudantes tinha o hábito de usar eletrônicos por mais de duas horas diárias, e esses eram mais propensos que os outros a dormir menos de oito horas por noite. Vale lembrar que, na adolescência, é recomendável dormir até mais do que isso.
Os participantes que falavam ao menos duas horas diárias no telefone também tinham uma tendência três vezes maior a descansar menos de oito horas por dia. Eles, assim como os jovens que ficavam mais no computador, relataram mais sonolência durante o dia
Os estudantes que assistiam a duas ou mais horas de TV por dia, por sua vez, apresentavam metade da probabilidade de dormir menos que oito horas em relação aos outros.
Os autores lembrar que dormir bem não só é importante para o crescimento, como também para evitar problemas de atenção, depressão e ganho de peso.

Reportagem de Jairo Bouer
fonte:http://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br/2016/10/28/estudo-mostra-como-o-celular-afeta-o-sono-dos-adolescentes/
foto:http://www.techenet.com/2012/08/oriente-e-proteja-seus-filhos-na-internet/

Voto pela internet estimularia participação em eleições, diz ministro do TSE


O Brasil deve testar o voto pela internet para estimular a participação popular nas eleições, defende o ministro do Tribunal Superior Eleitoral Tarcisio Vieira de Carvalho Neto. Para ele, a solução poderia engajar mais os eleitores na cena política e diminuir o número de abstenções.
Ele disse que a comprovação do voto e, portanto, a segurança da lisura do pleito, poderia ser feito por meio de certificação digital. “O Direito não pode mais temer avanços desse tipo”, disse nesta quinta-feira (27/10), durante palestra no XIX Congresso Internacional de Direito Constitucional, organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público. O tema deste ano é como as novas tecnologias influenciam o Direito Constitucional e o impacto da internet na Constituição brasileira. O painel que ele participou tratou sobre eleições, cidadania digital e direito à informação.
Na opinião de Neto, experiências recentes têm mostrado certo esgotamento da fórmula tradicional de comparecimento pessoal diante das urnas e que pode ser agravado com a mudança do voto obrigatório para o facultativo. Contou que recentemente participou como observador internacional nas eleições municipais chilenas, país onde o voto é facultativo desde 2012. O índice de abstenção chegou a 65% no pleito. Ou seja, em universo de pouco mais de 14 milhões de eleitores, menos de cinco milhões foram às urnas.  Em 2012, o índice de abstenção já era de 50%, diz. “Houve um consensode que o motivo da alta abstenção foi a mudança do regime obrigatório para o facultativo, além de outras causas como falta de interesse dos jovens e desencanto com a classe política.”
Por isso ele defende que o voto pela web deve ser testado. Nas palavras dele, é melhor inovar para estimular a participação do eleitorado do que pouca gente escolhendo quem vai ser eleito para cargos no Executivo e Legislativo. Neto diz ainda que o caso do Chile é importante como exemplo para os debates sobre a possibilidade de tornar facultativo o voto no Brasil, tema que sempre surge quando se fala em reforma política.
Para Danilo Doneda, consultor do Comitê Gestor da Internet no Brasil, o voto pela internet é interessante, já que a rede é um canal de informação e também de expressão do eleitor, além de ser tecnicamente possível. Mas ele tem uma tese para explocar por que não é experimentada em nenhum país.  Segundo Doneda, o momento do voto, apesar de ser um ato público, é também, paradoxalmente, um momento em que a privacidade do cidadão precisa ser respeitada. Símbolo dessa preocupação é a cabine eleitoral.  Por isso, diz Doneda, essa privacidade não é propriamente incompatível com a internet, mas pelo fato de o acesso à web ser possível em lugares onde não se pode controlar se o voto está sendo induzido.
O ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, disse em sua apresentação que a Justiça Eleitoral sempre se beneficiou da tecnologia, inclusive para combater fraudes, citando o êxito das urnas eletrônicas, que são usadas no Brasil há duas décadas, e o registro biométrico do eleitorado. De acordo com o ministro, atualmente um terço do eleitorado (mais de 40 milhões de brasileiros) tem registro biométrico.
O ministro volta no tempo para mostrar que a questão da veracidade do voto e seriedade das eleições é um tema que persegue o Brasil historicamente. Lembra que na época da República Velha se criou a expressão “eleições de bico de pena” porque os resultados eleitorais eram falseados. E que a revolução de 1930, da qual resulta a criação da Justiça Eleitoral, se fez em nome da “verdade eleitoral”. Ele diz ainda que antes da urna eletrônica, já nos anos 1980, não era incomum em determinados estados haver manipulação dos votos brancos e nulos, prática que ficou conhecida como mapismo, que era a inversão dos resultados lançados nos boletins de apuração. 

Reportagem de Marcelo Galli
fonte:http://www.conjur.com.br/2016-out-28/voto-web-estimula-participacao-eleicao-ministro-tse
foto:http://idgnow.com.br/blog/privacidade-digital/2016/01/26/internet-sera-estrategica-na-campanha-eleitoral-de-2016/